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Uma política liquidacionista

Doria fez servidores de animais e vai participar do 1º de Maio

A depender das direções da esquerda reformista e pequeno-burguesa, não seremos alvos apenas do coronavírus; pereceremos nas mãos dos piores inimigos dos trabalhadores

A depender das direções da esquerda reformista e pequeno-burguesa, não seremos alvo apenas do coronavírus; pereceremos nas mãos dos piores inimigos da classe trabalhadora. Esta é a conclusão inequívoca que podemos tirar após o anúncio da participação de figuras abjetas da estirpe de João Doria (PSDB), FHC (PSDB), Marina Silva (Rede), Ciro Gomes (PDT), Rodrigo Maia (DEM) e cia., na data que representa a luta da classe trabalhadora, o 1º de maio. Desse modo, pretende-se afogar a histórica luta dos trabalhadores e a memória dos Mártires de Chicago, no sangue dos próprios trabalhadores.

João Doria, a saber, pode ser considerado um legítimo carrasco do povo trabalhador. Seu histórico indelével é marcado por perseguições, ataques frontais e todos os tipos de ameaças aos trabalhadores. Em seu currículo invejável para todo burguês, consta o corte de ponto – implementado quando prefeito de São Paulo, em 2017, ameaçando a todos os trabalhadores que aderissem a greve geral contra a reforma trabalhista e da Previdência encabeçada pelo golpista Michel Temer (MDB).

Vale lembrar, no entanto, que segundo o primeiro artigo da lei lei 7.783 de 1989, “é assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender”. Mas Doria não consultou a legislação, exerceu sua influência em seu aparato de repressão e o fez agir conforme manda a cartilha da burguesia: repressão aos trabalhadores! Após sabotagem, hostilizações e xingamentos, Doria tratou os servidores como animais. A arbitrariedade de Doria foi tamanha que o procurador-geral do Trabalho, Ronaldo Curado Fleury, chegara a divulgar nota destacando a legalidade da greve. “Considerando a greve geral anunciada (…) venho a público destacar que a greve é um direito fundamental assegurado pela Constituição Federal, bem como por tratados internacionais de direitos humanos ratificados pelo Brasil”, assim disse.

“Eu não apoio esse movimento (…) funcionários públicos que participarem, vão ter seu ponto cortado (…) se não trabalhar, vai ter um dia a menos do salário”, disse Doria àquela época. Após a realização da greve, que paralisou, segundo cálculos da CUT, 40 milhões de trabalhadores em todo o país, o então prefeito de São Paulo voltou a atacar os grevistas. “São preguiçosos, sim, e são vagabundos”, afirmou o tucano fascista na ocasião.

Aos incautos, se acaso o método empregado contra os trabalhadores não reaviva a memória, faz-se ainda mais notória a congruência entre Doria e Bolsonaro quando em sua campanha para governador, em 2018, Doria lançou o slogan #BolsoDoria. Na busca por capitalizar o eleitorado perdido para a extrema-direita, Doria adotou com grande facilidade a propaganda do fascista Jair Bolsonaro como meio de alcançar a vitória eleitoral. De uma maneira ou de outra – os dois estão em sintonia quando o assunto é atacar a população. Talvez a diferença entre os dois esteja na sutileza como Doria segura os talheres para cortar a carne do povo enquanto Bolsonaro utiliza as mãos. Em última análise, os dois servem aos mesmos interesses e pregam a mesma cartilha: destruição total dos direitos trabalhistas, aniquilação dos direitos democráticos e aumento dos lucros dos capitalistas às custas do sofrimento e da morte da população.

Além do fascista que governa o centro econômico do país, prometem comparecer no ato virtual o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP) e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM), e os já citados Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Marina Silva (Rede), Rodrigo Maia (DEM) e Ciro Gomes (PDT). Por parte da esquerda, foram convidados o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), o ex-presidente Lula (PT) e a ex-presidenta Dilma Rousseff (PT).

Mas qual seria o ganho político da esquerda em convidar esses bandidos inescrupulosos para o 1º de maio? Essa não será apenas uma capitulação da esquerda, mas uma traição inigualável por parte de seus organizadores. Afinal, estamos vivenciando esse caos econômico e sanitário por conta da direita golpista que participará do ato virtual. Agora que a régua da direita se estendeu mais ao extremo com Bolsonaro, os carrascos passaram a ser os mocinhos? Obviamente que não!

Enquanto os sindicatos permanecem fechados, a miséria aumenta exponencialmente e as mortes por conta do novo coronavírus não param de exasperar a sofrida vida da população, a maior central sindical do país, a CUT, reúne-se com os pelegos da Força Sindical, para estenderem o tapete vermelho para os golpistas no ato virtual que demarcará, talvez, a maior traição à classe trabalhadora.

Participarão desse circo a UGT, CTB, CSB, NCST, CGTB, Intersindical e Pública, centrais de brinquedo controladas pelos patrões. Para não perder o posto de BolsoDoria, o governador de São Paulo mandou a PM proibir o único ato de rua da esquerda que era o organizado pelo PCO e pelos Comitês de Luta no MASP, e aliou-se aos bolsonaristas para deixar a Paulista para os fascistas logo no dia do trabalhador. O ato classista e independente dos trabalhadores, no entanto, irá ocorrer sim, agora na Praça da Sé, tradicional local de manifestações do povo trabalhador.

Por essas e outras, a esquerda reformista e pequeno-burguesa terá que responder aos trabalhadores. Fazer ato virtual numa situação em que a população mais precisa de uma mobilização nas ruas já é um verdadeiro escárnio; o que dirá de um ato com as figuras mais ignóbeis da política nacional. A esquerda perdeu completamente o rumo, está sendo levada pela direita como um barco à deriva afundando em alto mar.

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