Nesta segunda-feira inicia-se o que pode ser a maior mobilização indígena dos últimos anos, o Acampamento Terra Livre (ATL) onde é estimada a participação de cerca de oito mil indígenas que ficarão acampados durante dez dias em Brasília para lutar por suas reivindicações.
O ATL está indo para sua 18° edição e ocorre em um momento crucial para barrar os ataques do governo Bolsonaro, dos latifundiários, mineradoras e interesses dos países imperialistas na exploração das terras indígenas, em particular na região amazônica.
A direita nacional articulou diversos ataques contra os povos indígenas em diversas frentes. O judiciário encabeça, juntamente com o governo, a paralisação da demarcação de todas as terras indígenas desde o golpe em 2016 e a possibilidade grande de aprovação de um dos maiores ataques aos direitos indígenas desde a ditadura militar: o direito a terra. Com grande ajuda do Supremo Tribunal Federal (STF), foi formulada a Tese do Marco Temporal em que diversas terras indígenas estão sendo questionadas na justiça e tiveram a sua demarcação suspensa, e ainda há a votação em sob “repercussão geral” desta tese que o STF adia de maneira constante sua votação para encontrar o momento certo para sua aprovação através da desmobilização do movimento indígena.
O governo Bolsonaro já preparou diversos ataques com apoio do Congresso Nacional para abertura das terras indígenas para o agronegócio e as grandes mineradoras passando por cima da vontade dos índios e apenas olhando os interesses da burguesia internacional.
Há também uma grande pressão dos países imperialistas para que a Amazônia brasileira seja considera território internacional e passe para ser rapinada pela burguesia internacional. Para encobrir tais planos, se utiliza de discursos “ecológicos” e de até mesmo de uma falsa defesa dos povos indígenas para impor seus interesses na região em detrimento da população brasileira e da soberania nacional.
Com grande propaganda para “mudanças climáticas”, ataques a setores econômicos no Brasil entre outros, financia organizações não governamentais, partidos políticos (como a Rede, PSOL, PCdoB), para ampliar esses discursos e favorecer os interesses do imperialismo na região que não tem nada de social ou ecológico, apenas interesses de grandes monopólios internacionais.
Através de muitas ONG´s, são inseridas pautas de reivindicações ao movimento indígena que nem de longe passam por suas necessidades como a defesa ambiental e da ecologia, de forma abstrata, ou até de defensores do clima. Enquanto isso, os indígenas brasileiros passam fome, não tem acesso a saúde, educação e nem infraestrutura básica como água potável nas aldeias. Isso sem falar que quase não se fala em demarcações de terra por essas entidades ligadas ao imperialismo.
Perguntem para a população do Iraque, do Afeganistão, da Sérvia, de Ruanda e da maioria dos países do mundo sobre o resultado da influência dos países “benevolentes”, ecológicos ou com a população local como os que financiam essas ONG`s que atuam no Brasil, como os EUA, Inglaterra, Alemanha, França etc. Inclusive esses são países das mineradoras que atuam no Brasil e fazem lobby para abertura das terras indígenas para a mineração.
Para defender seus interesses, é preciso que as organizações indígenas se livrem das amarras dessas entidades internacionais que apenas são um freio a desenvolvimento da luta dos povos indígenas no Brasil.
A luta dos indígenas é parte da luta da população pobre, explorada e oprimida no Brasil. É preciso uma pauta de reivindicações que realmente resolva a situação dos povos indígenas brasileiros como a Reforma Agrária para o fim do latifúndio e a demarcação imediata das terras indígenas, além de políticas públicas para os índios, como financiamento das aldeias, escolas, postos de saúde e tudo que melhore e torne digna a vida dos indígenas brasileiros.
Para isso as palavras-de-ordem devem ser dirigidas a impulsionar uma maior mobilização da população e de derrota dos elementos que estão causando a opressão dos povos indígenas na prática. Um eixo central é luta pela demarcação imediata de todas as terras indígenas reivindicadas pelos índios.
Outro grande fator de mobilização dos indígenas para derrotar a direita e Bolsonaro é a palavra de ordem de Lula presidente, por um governo dos trabalhadores. O presidente Lula tem grande apoio entre os indígenas e mobiliza amplos setores para derrotar a direita nas urnas e mobilizar para uma ampla campanha popular e de rua.
Para essa grande mobilização de luta é preciso expulsar o imperialismo e seus asseclas do país, pois estes são os verdadeiros responsáveis pelo golpe em 2016 que levou Bolsonaro a presidência e agravou ainda mais a situação precária dos índios no Brasil. Nada ficar ao lado de governos imperialistas e seus financiadores. Pelo contrário, é precisoexpulsá-los dessas mobilizações.
É preciso radicalizar a luta e unificar a luta indígena em torno da derrota de Bolsonaro e de todos os golpistas e na luta pela reforma agrária com expropriação do latifúndio, que tanto faz falta no Brasil, deixando milhões de trabalhadores, indígenas e quilombolas sem suas terras ou um pedaço de chão para trabalhar.
Demarcação Já!
Fora Bolsonaro e imperialismo!
Lula presidente!
