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Crise social

Qual é a política dos heróis da esquerda?

Esquerda corrobora com a política de genocídio do povo do Estado capitalista

A burguesia colocou a sua posição diante da crise do COVID-19. A pergunta era, “salvar a vida dos bancos ou salvar a vida do povo”. E a resposta foi clara: para os bancos, trilhões de dólares e “solidariedade financeira”; para o povo, covas. Enquanto isso, a esquerda internacional, também deu a resposta para um problema semelhante. Diante da crise social que se instaura junto ao problema de saúde, a saída das “lideranças da esquerda” foi a de apoiar a “ciência” em detrimento da luta popular. 

A política da responsabilidade enterrou a política de luta popular. Após os cancelamentos dos atos contra Bolsonaro dos dias 14 e 18 de março, ficou claro a política que seria levada em seguida. Com o aprofundamento da crise de saúde, a “responsabilidade” da esquerda “obrigou“ os sindicalistas a fecharem as portas dos sindicatos, cancelarem assembléias e reuniões. As organizações estudantis seguiram a mesma política e o congresso das União Nacional dos Estudantes Secundaristas também foi cancelado. A “resistência a bolsonaro”, então, foi renomeado para #forabolsonaro e algo que poderíamos descrever como #dóriaheroidopovo. 

Na metade de março, o avanço do número de casos no país colocou em pauta a implantação da quarentena. Na mesma época em que os EUA cancelaram todas as viagens aéreas com a Europa, e que a União Européia instaura o “Estado de Emergência”, fechando todo o continente; os estados brasileiros começaram a declarar, um a um, que fecharam as fronteiras. A quarentena foi implantada em São Paulo no dia 24 de maio. O #fiqueemcasa, seria a política adotada pelos governadores em conjunto ao ministério da saúde. 

A política de proteção total da politica dos “herois do povo”, levou a esquerda a defender os políticos golpistas no trabalho de implantação de uma verdadeira ditadura. A pretexto de lutar contra o vírus, apoiou-se a proibição de qualquer tipo de aglomeração, incluindo reuniões e manifestações. A instituição do toque de recolher e várias cidades, além da possibilidade de prisão das pessoas que “descumprissem a quarentena”. Em São Paulo, Dória disse que aumentaria a taxa de isolamento de 50% para 60% com o uso da força policial, em Minas Gerais, foi instituida a “prisão por não usar máscara”. 

A política heróica dos heróis do povo, contudo, ignora os 11% da população brasileira que vivem em favelas apinhadas, onde é impossível o isolamento, mesmo que tivessem como fazê-lo. Na maioria dos lugares o isolamento não passou de 60%, em S. Paulo, Estado mais atingido, ficou na metade. O isolamento, que é pouco, encontra-se também numa curva decrescente pois os governadores que os instituiram não adotaram nenhuma medida para garantir que ele seja possível, que a população tenha condições financeiras de ficar em casa e casas para ficar. Nas favelas cariocas falta arroz e feijão e isso pressiona contra o isolamento. Está comprovado que o isolamento ajuda no combate ao vírus, não está comprovado, no entanto, que decretar o isolamento sem criar condições para tal tenham alguma efetividade.

O heroísmo negligencia a situação precária da saúde pública e investe os poucos recursos destinados ao combate do coronavírus no setor privado. Esses heróis, se falha a memória da esquerda, são os responsáveis pelo fim do programa mais médicos. Pelo ataque ao SUS em favor dos planos de saúde privados. Pelo sucateamento da política de prevenção de doenças. Ou seja, pela implantação do programa neoliberal na saúde. 

Os direitos sociais garantidos pela burguesia ao povo como resposta ao processo de ascensão da luta operária com expoente na Revolução Russa do século passado, passaram por um sistemático processo de ataques nas últimas décadas. O refluxo operário do final do século colocou a oportunidade de implantar a política de redução de gastos para os capitalistas. Essa mesma política é a responsável pela morte dos centenas de milhares de pessoas no mundo hoje. A lógica é sempre a mesma: para a burguesia – tudo; ao povo – nada. 

Essa política consciente, levou aos 154 mil mortes por coronavírus ao redor do mundo. A Itália, símbolo da política do isolamento, chegou ao número de mil mortos diários, só superados pelos quatro mil mortos em 24h dos EUA. No isolamento Italiano, cidades industriais inteiras permaneceram em funcionamento por conta dos interesses capitalistas. Bérgamo, cidade da região da Lombardia, tem gravada na sua história a imagem dos necrotérios improvisados em igrejas, das pilhas de corpos nos crematórios. Essa foi uma das cidades com maior número de casos da Italia, por que? Lá não houve qualquer tipo de política de contenção do vírus e investimento no sistema de saúde. A politica de combate ao vírus resume-se a abertura de covas.

O exemplo de Bergamo é representativo, pois explicita a política da burguesia para a classe operária. A cidade industrial desmascara a mesma política do estado capitalista para as regiões industriais dos diversos países, para os bairros de trabalhadores, para o povo. Enquanto um setor da população italiana estava em casa. Uma grande parcela da população continuava a trabalhar. O povo de Bérgamo soube bem o resultado da política burguesa. Deixados a mercê da política dos patrões pelas lideranças da esquerda, tiveram de sofrer momentos que ficarão marcados para a história como ficaram as grandes guerras. Na itália, as greves por políticas de proteção dos trabalhadores começaram das bases, denunciando a conivência dos sindicatos com a política patronal.

No momento em que a esquerda chora a queda de Mandetta, o povo brasileiro chora os mortos que já contam em suas casas e famílias. Nos correios, nos metroviários, nos bancários, nos petroleiros. Na rocinha, em Paraisópolis, no Aglomerado da Serra. No Brasil onde não se aplica a quarentena, onde não é possível isolamento. Nesse Brasil, os números da doença crescem diariamente competindo com os valores recorde de novos desempregados. Nesse local o heroísmo dos heróis do povo se resume a repressão sistemática e a abertura de covas. A ameaça diária pelas armas da polícia, como mais uma forma de vislumbrar a morte. E a ação da esquerda, a demagogia eleitoral.

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