Nesta semana, o Poder Judiciário protagonizou mais uma de suas encenações golpistas, típicas de um poder que não presta contas para a população, não é eleito, não é apoiado por ninguém, a não ser pelo imperialismo.
Como resultado de um pedido da Polícia Federal, uma decisão, proferida pelo Tribunal Regional Federal 4, determinou a remoção do ex-presidente Lula das carceragens de Curitiba (PR) para São Paulo, o que foi prontamente atendido pelo judiciário do estado comandado pelo PSDB.
João Doria, governador de São Paulo, salivando, se adiantou para dizer que Lula seria recebido como um presidiário qualquer. Logo após, foi informado pela imprensa burguesa que, a mando do juízo de São Paulo, Lula ficaria na penitenciária de Tremembé, interior do estado, onde estariam alguns famosos presos.
O Partido dos Trabalhadores, corretamente, reagiu, e pediu, junto ao Supremo Tribunal Federal, que a mudança não ocorresse, pois certamente colocaria em risco a saúde física e a moralidade do ex-presidente, que atualmente cumpre pena em cela do “estado maior” em Curitiba (PR), coisa pouco melhor que as demais carceragens brasileiras.
A dobradinha golpista entre Curitiba e São Paulo parou no STF, que viu problemas na mudança de Lula, alegadamente problemas jurídicos, mas, na verdade, políticos, posto que manifestações começaram a ser convocadas no Brasil inteiro pela liberdade de Lula, já que o povo não quer o ex-presidente preso, em lugar algum. STF cedeu, e deixou Lula em Curitiba, dando a ligeira impressão de que é um tribunal democrático, tentando, sempre, esconder que sua participação no golpe de Estado foi, simplesmente, fundamental.
A esquerda pequeno-burguesa, engrupida pelo STF, acha que lá está a saída, que nesta corte medieval, não eleita, é que paira a liberdade de Lula. Que, belo dia, por conta de exímia argumentação, os ministros biônicos vão se convencer da inocência do homem.
Muito pelo contrário, a luta contra o golpe e pela liberdade de Lula deverá, se levada às últimas consequências, colocar em xeque a própria existência do STF, TRF-4 e toda a parafernália judicial que só serviu para atacar o povo brasileiro, que só serve de despachante dos interesses imperialistas no país.
Derrubar Jair Bolsonaro e conseguir a liberdade de Lula será obra do povo nas ruas, da mobilização operária, estudantil, enfim, das vítimas dos golpistas, que, a cada dia, arrancam alguma conquista do trabalhador. É aí que se deve gastar energia, os esforços, na população mobilizada contra a direita golpista.