O PCO tem sido atacado pela direita e também pela esquerda pela participação de alguns de seus militantes, junto a outros manifestantes e companheiros da esquerda, na expulsão de bate-paus infiltrados do PSDB no ato de 3 de julho na Avenida Paulista.
No DCM, o articulista Luis Felipe Miguel despeja calúnias contra o Partido, incapaz de argumentar politicamente. Diz que o PCO é “uma legenda sem expressão” e o acusa de ser violento.
Por sua vez, nota do grupo “Geração 68” chama de “deplorável comportamento antidemocrático e violento” a reação aos homens pagos de João Doria. Espalha ainda a mentira que já rebatemos a respeito da suposta agressão a membros do MSTC no meio do entrevero.
Mas, nos dois casos, os próprios caluniadores do PCO acabam deixando escapar qual o verdadeiro motivo dos ataques. Não se trata de uma postura pacifista, contra a violência. A briga entre alguns militantes do PCO e infiltrados do PSDB é apenas uma desculpa para atacarem a política combativa do Partido, uma vez que esse ataque não exige argumentos mas apenas calúnias.
A Geração 68 afirma que “não se pretende ignorar que uns e outros temos visões e programas políticos distintos, muitas vezes conflitantes, mas que não inviabilizam a formação de uma frente ampla contra o fascismo e pela democracia” (grifo nosso).
Esta é a razão dos ataques ao PCO: o combate que o Partido faz contra a política de frente ampla, isto é, de alianças com a direita que deixam a esquerda a reboque da burguesia – que, por sua vez, não tem nada de antifascista e que, apesar de tudo, apoia o governo Bolsonaro.
Luis Felipe Miguel expõe o argumento da esquerda. “A esquerda sozinha não mostra força para isto, nem nas ruas, nem nas instituições. Portanto, que venha o PSDB, que venha o MBL, que venha o Novo, que venham todos os arrependidos de ocasião”, escreve.
Ao contrário do que pensa o acadêmico, a esquerda tem sim força nas ruas. Afinal, todos os movimentos populares são de esquerda, a esmagadora maioria dos sindicatos está nas mãos da esquerda, bem como as entidades estudantis e de camponeses. As organizações de massas são de esquerda e os partidos de massas também. O PT é o partido com o maior número de militantes do País, a CUT tem mais de 4 mil sindicatos e o MST é o maior movimento social do ocidente.
A direita não leva ninguém às ruas. Quando levou, como no impeachment de Dilma, foi por causa do financiamento da grande burguesia e do imperialismo, da ampla propaganda dos meios de comunicação e da coação de muitos funcionários de empresas por parte dos patrões. E tudo isso foi para derrubar a esquerda e colocar a direita no governo.
Mas nem mesmo nas instituições o PSDB, MBL ou Novo têm alguma força. O Congresso Nacional está no bolso de Bolsonaro. O Judiciário também. Grande parte, senão a maioria, das prefeituras do País estão nas mãos de aliados do bolsonarismo.
A frente ampla não é somente negativa para a esquerda, mas inviável. O “superpedido” de impeachment foi prova disso. Somente Roberto Freire, do Cidadania, assinou. Os outros presidentes dos partidos da direita passaram longe, o que demonstra que esses partidos não apoiam a queda de Bolsonaro.
Há grande risco de a esquerda ficar chupando o dedo. Mas ela prefere fechar os olhos para essa realidade e atacar aqueles que alertam para a arapuca que é essa política de dependência da direita. E, mais uma vez, não ataca com argumentos e reflexões, mas sim com calúnias. Porque não há argumentos para justificar a submissão da esquerda à direita.