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Rui Costa Pimenta

Rui C. Pimenta: “Para onde vai a campanha do Lula”

Rui Costa Pimenta analisa o conflito na Ucrânia, o 1º de Maio e o lançamento da pré-candidatura de Lula para a presidência

Rui iniciou a análise falando sobre Rússia, aproveitando que os correspondentes do DCO, Eduardo Vasco e Daniel Dantas falaram em primeira mão sobre os últimos acontecimentos. E falou sobre o massacre na cidade de Odessa, mas também como essa região ucraniana do Mar Negro tem um grande contingente de russos pois foi feita ali uma colonização do Império Russo nos séculos XIX e XIX. Isso também é fonte do conflito, pois nessa região, como no leste há um grande contingente de população russa.

Com o golpe de 2014 com apoio dos nazistas financiados pelo imperialismo, iniciou-se uma perseguição à população de origem russa pelos fascistas e pelo próprio governo ucraniano. Houve o terrível massacre em Odessa, no qual entre 30 e 70 pessoas podem ter sido mortas depois de encurraladas pelos nazistas na Casa dos Sindicatos. Odessa é uma cidade importante, foi ali que o jovem Trotski teve seus primeiros contatos com uma sociedade mais intelectualizada.

No Donbass a reação contra a perseguição nazista se deu porque ali é uma região de operários. Criaram soviets que decidiram sobre a separação. O que disparou essa atitude foi o que viram ocorrer na cidade de Odessa, pois perceberam que ou iam para o enfrentamento, ou seriam massacrados. E, vale lembrar, que a grande imprensa mundial está tratando os fascistas como se fossem grandes heróis e defensores da liberdade.

O que se observa na esquerda brasileira é uma enorme prostração, isso mostra que não tinham de fato uma política para intervir ou saber explicar o que está ocorrendo na Ucrânia. Mesmo aqueles que no começo sustentavam uma posição de nem esse, nem aquele, agir, o quem mostra o desacerto de suas concepções. O PSTU, na verdade, tem agido, mas no campo oposto, está participando de uma comboio para apoiar os nazistas com auxílio de um sindicato financiado pela Open Society.

Nesta semana, a economista formuladora do programa econômico de Boulos na campanha presidendencial, Laura Carvalho, que muita gente achava que era de esquerda, anunciou que está indo trabalhar na Open Society, de George Soros. Que assim como a Global Americans, Fundação Ford, são uma infiltração na esquerda. É um tentáculo do imperialismo que põe pessoas da “esquerda” para servirem seus interesses. O PSOL, que agora está na campanha da Lula, é praticamente um braço dessas organizações.

STF

Aqui no Brasil, tem uma parcela da esquerda que faz um culto ao STF, como se set tratasse dos defensores da democracia, mas não passa de uma cópia da Suprema Corte dos EUA, que agora está com maioria de direita. Trata-se como aqui, de uma corte que toma decisões políticas, o que é um absurdo. E querem decidir agora se os Estados americanos têm ou não ou direito de decidir sobre o aborto. Em Estados de maioria de direita o aborto seria cassado. Será aberta uma crise porque Biden, demagogicamente, resolveu defender o aborto.

1º de Maio

Foi marcado para um lugar afastado, mal convocado e por isso foi pouquíssima gente, apesar de, teoricamente, ter sido convocada por todas as centrais sindicais, o que nos leva a questionar: o que são essas centrais sindicais que nem conseguem levar gente no 1º de Maio. São uma fantasia. As centrais no Brasil estão defasadas em cem anos, pois se apoiam em sindicatos municipais, o correto seria ter um sindicato nacional metalúrgico, pois teria muito mais força e diminuiria em muito esse número de pelegos. No final das contas, vendo os sindicatos não levaram ninguém para o ato, o que se nota é o Lula está apoiando esses sindicatos, não o contrário.

O que vimos foi uma completa desmobilização da CUT e do PT, foi uma atitude muito desanimadora, onde surgiu até um verdeamarelismo, com a desculpa de que é preciso “recuperar as cores nacionais”. O PSOL falou no ato mas não levou nada nem ninguém. O povo entrou no ato frio e saiu gelado.

O lançamento da pré-candidatura de Lula, neste sábado, dia 7, também não foi muito melhor. Era gente do aparato do PT, deveria ter 1500 pessoas. Foi em um lugar fechado, restringindo-se o acesso das pessoas porque era preciso estar credenciado. Uma coisa muito fora do comum foi que Lula leu o discurso. Uma parte foi até positiva, falou contra as privatizações, mas era mais uma tentativa de mostrar o Lula como um Haddad, um candidato burguês. Um candidato inócuo, “paz e amor”, tipo de campanha que não mobiliza ninguém. Esse negócio de Lula ler o discurso é o pior sinal de todos.

Lula deu uma entrevista para a revista Time dizendo que Zelensky era tão culpado pela guerra quanto Putin. Uma declaração que a população, com certeza, vai concordar. Muita gente acha que os EUA são os responsáveis pela guerra. E isso causou estranheza no PT, para eles a campanha tem ser do tipo que ninguém sinta nada, precisa falar do dia das mães, do amor… É uma campanha feita por publicitários.

Transformaram a campanha em uma anti campanha, cercaram Lula de lixo: Alckmin, Força Sindical, Boulos. É uma coisa muito louca. O povo gosta do Lula porque ele é o Lula, mas o querem transformar em um personagem, inventado, para falar coisas que outras pessoas acham que ele deve falar, quase um boneco de ventríloquo e todo verde-amarelo. Não vai dar certo.

O PT parte da suposição que a eleição está ganha e querem formar um Lula que não perca votos.

Voto de jovens

Um outro fator que é preciso ficar muito atento é a grande campanha que o STE fez para que jovens tirassem o título de eleitor. Algo em torno de dois milhões de novos títulos vão estar presentes nestas eleições. Até o Leonardo Di Caprio foi contratado para fazer a campanha. Quem será que o contratou? Provavelmente até o governo dos Estados Unidos. Será que o PT não percebe essa movimentação?

Com o pouco tempo de campanha, em um País onde nada pode ser esclarecido, há uma grande chance de esse eleitorado ser bastante manipulável. Lembremos que na eleição passada três milhões de pessoas foram impedidas de votar por conta da biometria, é fácil de concluir que de três possamos ter mais cinco milhões, o que pode chegar a um total de novos sete milhões de eleitores, o que não é pouca coisa. Não sabemos ao certo o que pode ser feito, mas não resta dúvida que há pessoas trabalhando intensamente para manipular as eleições.

A direita está trabalhando para colocar um candidato nem Bolsonaro, nem Lula. O PT, que está fazendo apenas conchavos por cima e não se mobilizando, está caindo em uma armadilha. Acreditando nas notícias que dão conta que já teria fechado toda a centro-esquerda e que agora só faltaria a centro-direita.

Não podem continuar, como estão fazendo, desanimando a militância. Precisa mudar de rumo a campanha, ou vai ser um fracasso total.

A tentativa de agressão de bolsonaristas contra o Lula em Campinas é preciso ser analisada com atenção, pois o movimento operário talvez tenha que tomar medidas mais amplas.

A segunda parte da Análise, fica o indicativo e vale muito a pena ver, foi uma questão mais filosófica sobre a relação entre as ideias e o mundo real, como essas coisas se relacionam e qual é o posicionamento marxista sobre o identitarismo, racismo e também o machismo.

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