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Eleições 2022

Análise Política: crise da terceira via

Esse semana vimos a crise da terceira via. Entenda o que aconteceu com ajuda da análise política do partido

A última semana foi marcada por uma intensa crise da terceira via, a alternativa que a direita golpista procura estruturar para levar adiante e aprofundar o regime golpista.

Eduardo Leite (PSDB), mesmo tendo sido derrotado, voltou atrás e manteve sua candidatura. Ao que tudo indica, ele teria se tornado o principal candidato da burguesia imperialista. Leite seria o candidato dos partidos de “centro”. O centro, é na realidade a frente dos partidos tradicionais da burguesia brasileira. A tentativa de união em torno da candidatura de Leite à presidente – e provavelmente de Simone Tebet (MDB), a vice – acontece para superar a de Bolsonaro e a de Lula. Como candidato, uma de suas vantagens é que ele é relativamente novo e desconhecido, ao não ser no Estado que governou, o Rio Grande do Sul.

Doria, aparentemente estaria de acordo com essa estratégia, e aceitou sua derrota. Nessa altura da crise política, não bastou vencer as prévias do PSDB, precisar ter o apoio da maior parte da burguesia imperialista para ser o candidato. Esta não aceitará um candidato que não tenha chance de vencer Bolsonaro e Lula. Doria mesmo se apresentando com candidato a mais de uma ano, e tentado lucrar em cima da farsa da vacina, com campanhas como “a vacina do Doria” ou “Doria o científico”, não conseguiu crescer nas pesquisas e convencer de que ele realmente tem alguma chance, diante da profunda rejeição do seu governo em São Paulo. Por isso dessitiou de sua candidatura na quarta-feira. Aparentemente sua desistência de desistir se deu pelo acordo previamente feito com sue vice-governador; Doria seria candidato à presidência e seu vice, Rodrigo Garcia, seria o candidato ao governo de São Paulo. Caso Doria não concorra à presidência, seria candidato à reeleição. 

Quem é Eduardo Leite?

Seu governo no Rio Grande do Sul foi de duro arrocho fiscal e ataques brutais aos professores e funcionários públicos. Um típico político do PSDB. Declarou-se homossexual em entrevista na Globo no programa do Bial, logo quando se lançou pré-candidato a presidência, antes das prévias do PSDB, surfando na onda do identitarismo. É justamente um candidato perfeito para a burguesia imperialista. Além de tudo é maleável como todo candidato tradicional da burguesia. Foi o “Bosoleite” em 2018 e agora tenta arregimentar o público homossexual e a classe média identitária. Não passa de pura propaganda e demagogia, Leite não representa em nada a luta democrática dos homossexuais e, mesmo se fosse um militante da causa LGBT, ou um militante de uma luta de massa — caso fosse, dificilmente seria o candidato escolhido pela burguesia — o fato de ser escolhido pela terceira via deveria automaticamente anular esse atributo.

Sua candidatura é lançada principalmente contra a candidatura de Lula. Essas características acima citadas: mais jovem e “gay”, serão usadas para incluí-lo no campo democrático e progressista, assim como tentaram colocar Witzle e Doria quando ambos fizeram propaganda contra Bolsonaro e em benefício próprio no início da pandemia. O único candidato do campo democrático seria Lula, portanto para viabilizar a candidatura de Leita, será preciso entrar em choque com a de Lula. Por mais que Lula esteja na frente das pesquisas, não devemos subestimar o impacto que a propaganda eleitoral tiver na eleição. Isso muito depende do poder financeiro que serpa usado. As pessoas por trás de Leite, e os partidos que o irão apoiar fazem parte da burguesia mais poderosa do Brasil e do imperialismo, o que significa que tem muito dinheiro à disposição de fazer uma enorme campanha em torno dele. O Governo do Estado de São Paulo e do Rio Grande do Sul apoiariam sua candidatura, por exemplo.

As pesquisas eleitorais sempre mudam quanto mais perto da eleição se chega, e manobras do TSE vão influenciar muito no resultado. O espaço de campanha vai ser altamente restrito. 

E a esquerda?

A Frente Fora Bolsonaro chamou uma nova mobilização no dia 9 de abril “Bolsonaro Nunca Mais”. O mote da manifestação foi pensado para fazer campanha eleitoral, e serve muito bem também para a terceira via. 

No ano passado a esquerda insistiu em tentar introduzir nas manifestações os golpistas da terceira via. Doria, Ciro e outros santos menores da direita tentar participar dos atos de rua, mas foram rechaçados pelos manifestantes, liderados pela esquerda classista do PCO, PT e da CUT,

Depois desse fracasso, os partidos da esquerda pequeno-burguesa (PSOL, PCdoB, UP e PCB) se empenharam e acabar com as mobilizações. Entre a última manifestação no ano passado, e a de abril desde ano, terão se passado mais de 6 meses. Meio ano! O sucesso da terceira via depende muito da colaboração da esquerda. Por isso, esse ano devemos impedir ainda mais a participação de elementos golpistas, seja nas manifestações, no primeiro de maio ou nos comícios eleitorais. Devemos reforçar uma campanha por Lula presidente, classista e contra o golpe, com a construção de milhares de Comitês de Luta.

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