Na última segunda-feira o Supremo Tribunal Eleitoral publicou uma notícia crime contra Bolsonaro por sua campanha pelo voto impresso, com manifestações de rua realizadas no último domingo. A denúncia cita a suposta campanha de “fake news” realizada pela direita em torno da fraude nas eleições de 2018. Essa iniciativa belicosa contra a campanha simples de defesa de uma ferramenta que somaria uma forma de conferir a idoneidade das eleições mostra que a burguesia tem planos obscuros para as eleições de 2022.
A campanha da burguesia nesse momento, como demonstrado pela imprensa burguesa, é a realização de uma manobra política no sentido de emplacar a terceira via, mais especificamente, emplacar a candidatura de João Doria, em detrimento das candidaturas de Jair Bolsonaro e Lula da Silva. Nesse sentido, é preciso dizer, que para ser bem sucedida, essa manobra precisa retirar uma das candidaturas majoritárias, ou Lula ou Bolsonaro.
Lula é o candidato do povo. Tem a preferência de quase 50% do eleitorado nacional. Bolsonaro tem cerca de 20% a 30% de apoio de uma classe média reacionária e fascista e de alguns setores mais atrasados da classe operária. É o único candidato da direita com algum apoio popular.
A campanha “Nem Lula, nem Bolsonaro”, dessa forma, é uma indicação de que o principal inimigo da burguesia, o próprio Lula, deve ser retirado das eleições do próximo ano. Nesse sentido, se realizará a campanha do espantalho contra o próprio Bolsonaro em favor de João Doria, executando a operação do tipo da que foi realizada nas eleições de Collor de Mello, quer dizer, uma grande operação de fraude eleitoral contra a esquerda.
O ideal para a burguesia seria ou impedir Lula de concorrer ou apostar somas estratosféricas de dinheiro em Doria para que passe para o segundo turno e concorra com Bolsonaro, chantageando a esquerda para votar no governador do PSDB a fim de evitar a “vitória do fascismo”.
É preciso dizer, que a retirada da candidatura tanto de Lula, quanto de Bolsonaro, seria um golpe contra o regime brasileiro. Em especial, a boicote à candidatura do candidato mais popular do Brasil, o ex-presidente Lula, seria o aprofundamento do golpe de 2016 que retirou Dilma do poder e elegeu Bolsonaro em 2018.