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Ameaça Imperialista

A ameaça imperlialista sobre a Amazônia: Relembrar o Pirara

Os interesses imperialistas sobre a Amazônia não são recentes e exigem resposta eficiente do Brasil

A Amazônia, uma das regiões mais ricas do mundo em recursos naturais, é altamente cobiçada pelas potências do Atlântico Norte, que precisam dos recursos naturais da Amazônia para sustentarem sua indústria e sua corrida tecnológica, num contexto em que elas perdem cada vez mais espaço na África para a China. Além disso, a Amazônia funciona como via de acesso ao coração continental da América do Sul, de modo que o controle sobre ela é crucial para controlar todo o continente. Essas potências estão sempre em campanha pela internacionalização da Amazônia, um eufemismo para o roubo dessa região que corresponde a metade do território brasileiro. Para justificar esse roubo, elas lançam mão de inúmeros artifícios, entre eles, a manipulação do ambientalismo e do indigenismo para infiltrar suas ongs na região e aparelhá-las conforme seus interesses econômicos e militares. Considerando universais as causas da preservação amazônica e da proteção aos índios brasileiros, esses países legitimam sua intromissão em questões que são fundamentalmente brasileiras.

Muitos podem dizer que nada disso é verdadeiro e que tudo o que foi dito até agora não passa de teoria da conspiração. Pois bem, a ingerência imperialista estrangeira na Amazônia sob pretextos humanitários não é recente, vem de bastante tempo, desde o século XVI, quando ingleses, holandeses, franceses e espanhóis disputavam a região contra Portugal. As atuais Guianas e Suriname são o que esses países efetivamente conseguiram e não abrem mão da influência direta ou indireta sobre eles, utilizando-os como portas de entrada na região. Da mesma forma que a Ucrânia converteu-se em entreposto da OTAN para agredir a Rússia, as Guianas e o Suriname cumprem função semelhante contra o Brasil. Função idêntica cumpre a Colômbia, país amazônico ocupado por bases militares dos Estados Unidos/OTAN.

A ingerência externa na Amazônia já nos custou a perda territorial do Pirara, uma região situada na fronteira de Roraima com a Guiana britânica. Até o início do século XIX, os limites entre o Brasil e a Grã-Bretanha na região eram pacíficos e incontestáveis. A partir de então, foram destacados soldados e missionários britânicos para a região, aproveitando a precariedade da defesa e da vigilância brasileiras naquela região. Em 1835, o naturalista alemão Robert Schomburgk, trabalhando a serviço da Grã-Bretanha, mapeou a região, e identificou as chamadas “tribos independentes”, cuja proteção passaria a ser reivindicada pela Grã-Bretanha. Logo depois, chegou o missionário britânico Thomas Youd, que reuniu a aldeia Macuxi sob a bandeira britânica. Ele ensinou aos índios, até então plenamente incorporados à nação brasileira, a língua, a religião e os costumes britânicos, e também os doutrinou contra o Brasil, fazendo-os achar que eram explorados e oprimidos pelas autoridades brasileiras. Uma intensa campanha local e internacional foi mobilizada contra o Brasil, acusado de maltratar os indígenas, enquanto a Grã-Bretanha, seus soldados e missionários eram passados como defensores da causa indígena. A Grã-Bretanha se arrogou a prerrogativa de mobilizar as ditas aldeias independentes contra o Brasil.

O Brasil, evidentemente, reagiu, com os governantes da região recebendo ordens expressas do governo central para resistir aos invasores britânicos. Inúmeros conflitos foram travados na região ao longo do século XIX. Apesar da dificuldade de acesso, o Brasil conseguiu se impor e evitar a alienação do território. Em 1898, Brasil e Grã-Bretanha aceitaram submeter o litígio ao veredicto do rei italiano Vitório Emanuel III, cabendo a Joaquim Nabuco, grande abolicionista e patriota, a defesa do lado brasileiro na controvérsia. Nabuco elaborou 18 volumes acerca da necessidade do Pirara continuar sendo parte do Brasil, como sempre havia sido. De nada adiantou, pois o rei italiano deu ganho de causa à Grã-Bretanha em 1904. O Pirara passou a fazer parte da Guiana britânica.

É verdade que a história não se repete, mas ela rima. Os mesmos métodos são utilizados hoje pelas potências europeias e norte-americanas em relação à Amazônia, e com os mesmos objetivos: espoliar o Brasil do seu território, das suas riquezas e do seu povo. A Amazônia é alvo da cobiça internacional há séculos, e, para nos defendermos dela, devemos fortalecer nossa segurança nacional. Para isso, é imperioso incrementar a presença militar na Amazônia e operar grandes obras de desenvolvimento na região que aumente o seu povoamento e a integre com mais vigor ao restante do Brasil. Além de, claro, desenvolver a bomba atômica brasileira para ser utilizada como instrumento de dissuasão nas relações internacionais e, portanto, de garantia da integridade do território nacional, o bem físico mais preciso de que dispomos enquanto Nação. Assim como o Brasil não pode contar com a solidariedade italiana na questão do Pirara, também não poderá contar hoje com qualquer solidariedade dos países norte-atlânticos. Nossa integridade depende apenas de nós mesmos, fortalecidos no âmbitos dos BRICS, países com quem compartilhamos posições geopolíticas semelhantes e os quais já se pronunciaram em favor da soberania brasileira sobre a Amazônia Legal.

Evidentemente, nada disso significa que a proteção ao patrimônio indígena deva ser negligenciada. Enquanto cidadãos brasileiros, os indígenas devem ter reconhecido e protegido o seu patrimônio material e imaterial, conforme definido pelo Estatuto do Índio. As Terras Indígenas, inclusive, são um instrumento de preservação da soberania nacional na medida em que asseguram o controle nacional sobre porções do território e garantem a preservação demográfica e cultural de um dos setores formadores da nacionalidade brasileira, os ameríndios. O que não se pode admitir é que, a pretexto do indigenismo, se indisponha os índios contra o Brasil, se inviabilize o desenvolvimento e a integração regionais, se permita a infiltração indiscriminada de organismos internacionais provenientes de países imperialistas e se coloque em pauta a “soberania das nações indígenas”, uma vez que, por definição, a única nação existente e soberana nos limites territoriais brasileiros é o próprio Brasil.

Todos os brasileiros, indígenas e não-indígenas, precisam de um Brasil forte e unido. A Amazônia, correspondendo a metade do território brasileiro, é absolutamente central para a soberania nacional. Somente uma Amazônia brasileira e dos demais países amazônicos poderá assegurar a paz em cada um desses países e em todo o continente.

Referências e dicas de leitura:

MATTOS, Carlos de Meira. Uma Geopolítica Pan-Amazônica. Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército, 1980.

REIS, Arthur Cézar Ferreira. A Amazônia e a Cobiça Internacional. 5ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1982.

Acompanhem o canal Brasil Independente, de Felipe Quintas, no Youtube: https://www.youtube.com/channel/UCQYXYdLK3BiXRViTEdxVitA

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