A chamada Liga das Nações, conhecida também como Sociedade das Nações, foi fundada em 28 de abril de 1918, por iniciativa quase total do governo norte-americano, através do presidente Woodrow Wilson, e foi apresentada como sendo uma instituição para trazer a paz para o mundo, após a 1ª Guerra Mundial. Muito embora os EUA seja a potência que mais patrocinou guerras pelo mundo, até hoje.
Finalmente, a Revolução de Outubro tinha acabado de acontecer na Rússia (1917), e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) sequer foi convidada para fazer parte da Liga. Segundo o alegado, a URSS tinha a proposta de levar a revolução para outros países e por isso não poderia ser aceita na Liga das Nações.
Tão somente com a ascensão da burocracia stalinista no controle da URSS, na pessoa de Josef Stálin, a URSS foi aceita na Liga, isso em 1934, quando já não havia mais a política da revolução internacional outrora defendida pelos bolcheviques. (Essa questão, do stalinismo, será abordada, em todos os seus detalhes, na 46ª Universidade de Férias do PCO, veja mais aqui: https://universidademarxista.pco.org.br/)
Finalmente, a URSS ficou somente cinco anos na Liga das Nações, sendo expulsa em 1939, em 14 de dezembro, em razão de ter invadido a Finlândia, em outubro daquele ano, para garantir base militar naquele país e, assim, aumentar seu poderio diante da 2ª Guerra Mundial, que acabara de se iniciar. Antes disso, a Itália fascista e a Alemanha nazista haviam se retirado da Liga ainda 1937 e 1933, respectivamente. O Japão também se retirara em 1933.
Tratou-se de uma verdadeira hipocrisia imperialista a expulsão da União Soviética. Primeiro, o imperialismo aceitou o ingresso de Moscou, no momento em que a burocracia stalinista havia entrado em um acordo com as potências “democráticas” através de tratados com França e Inglaterra e o estabelecimento das frentes populares – unidade dos partidos controlados pelo Crêmlin com as burguesias imperialistas, colocando o movimento operário à reboque dos capitalistas a fim de estrangular seu potencial revolucionário. Depois, diante do acordo criminoso entre Stálin e Hitler, em 1939, o chamado Pacto de Não-Agressão Germano-Soviético, ou Ribbentrop-Molotov (os ministros do Exterior dos respectivos países), o imperialismo percebeu a aliança dos nazistas com o stalinismo e expulsou a URSS da Liga das Nações. Foi, na verdade, uma expulsão política, em que a invasão da Finlândia foi apenas uma desculpa – Inglaterra, França e EUA já haviam invadido dezenas de países e, obviamente, não foram expulsos da Sociedade, até porque eram eles que a controlavam.
A Liga das Nações encerra seus trabalhos em 20 de abril de 1946, dando origem à Organização das Nações Unidas, que existe até hoje, e é uma organização internacional para a manutenção dos interesses do imperialismo ao redor do globo.