O presidente Bolsonaro, cumprindo promessa de campanha, já aprovou mais de 20 atos que facilitam o comércio, o registro, e a posse de armas e munições no país. Duas matérias do jornal Brasil 247 destacam a última ação com relação a esse assunto.
Diz que no dia 09/12 quarta-feira, a CAMEX (Câmara de Comércio Exterior) do ministério da economia publicou no DOU (Diário Oficial da União) a inclusão da importação de armas (pistolas e revólveres) como itens isentos de tarifas de importação, com efeitos também nos países membros do Mercosul. A alíquota cairá de 20% para zero, a partir de 01 de janeiro de 2021. O presidente comemorou postando foto portando arma no twitter.
Com essa medida, a maior fabricante de armas do país, a brasileira Taurus, diz que vai priorizar investimentos nos EUA e nas futuras instalações da Índia, onde também possui fábricas. Diz que não será muito afetada pela medida, pois os consumidores importarão das fábricas no exterior, e o mercado nacional representa apenas 15% das vendas. E que com essa medida os investimentos e criação de emprego não ocorrerão no Brasil, beneficiando outros países.
Da mesma forma que faliram a fabricante de carros de combate Engesa em 1993, que na década de 1980/90 era a principal fabricante no país, que tinha desenvolvido o tanque de guerra EE-T1 Osório, a pedido do exército brasileiro.
Depois de dois protótipos prontos e testados, o exército não se interessou em sua aquisição, deixando a empresa com uma dívida enorme e vindo a falir. Por isso tentou vender à Arábia Saudita, mas com as intervenções dos EUA, forçando a não fecharem negócios com o Brasil. Esse foi o fim da Engesa.
Na disputa pela concorrência para fornecimento de centenas de unidades à Arábia Saudita, venceu os tanques da Inglaterra e da França, se equiparando com o dos EUA o Abrams e com quesitos mais eficientes e mais baratos. Ainda tinham os carros de combate leves Urutu e Cascavel que foram muito requisitados pelos países do Oriente Médio.
Agora são a Taurus, a estatal Imbel e a CBC (Cia. Brasileira de Cartuchos) que passarão por situação semelhante, com a isenção de impostos para importação, serão beneficiadas as empresas estrangeiras imperialistas, que são as maiores produtoras de armas leves, como a brasileira Taurus. As de rifles e fuzis como a Imbel e a fabricante de cartuchos CBC que produzem no território nacional.
Está muito claro que a política do Bolsonaro, aliado dos EUA imperialista, tem como objetivo destruir a indústria nacional para importar tudo dos países desenvolvidos. Transferindo recursos e renda do povo brasileiro aos ricos países dominantes do mundo, em especial os gringos americanos.
A Taurus é a maior fabricante de armas leves, pistolas e revólveres, no país e a segunda no mundo ocidental. Estima-se que existem em circulação no Brasil cerca de 17,6 milhões de armas, a maioria de fabricação nacional, leves, e que 57% são ilegais, por falta de fiscalização das forças armadas, roubos e contrabando. Os dados são do Instituto de Altos Estudos Internacionais em Genebra, Suíça, e das ONGs Small Arms Survey, Viva Rio e Instituto de Estudos da Religião.
O povo brasileiro precisa acordar e lutar contra toda essa política de entrega do país ao capital estrangeiro imperialista. Se não começarmos logo a situação se complicará muito.