Após dar o golpe de Estado contra a presidenta Dilma Rousseff, a direita se uniu para derrotar, nas eleições municipais de 2016, o Partido dos Trabalhadores. Em Recife, por exemplo, DEM, PSB e PSDB lançaram candidaturas com um único objetivo: anular a candidatura do PT e reeleger o prefeito Geraldo Julio, do PSB.
Passadas as eleições municipais, os partidos burgueses voltaram a apresentar suas divergências. Desde o ano passado, o PSDB e o DEM romperam com o PSB em Pernambuco e vêm costurando uma candidatura própria ao governo do Estado: a candidatura “perfeita” para os golpistas.
O governo do PSB nunca foi o governo dos sonhos dos donos do golpe. Apesar de o partido conservar profundas relações com a burguesia – o que lhe rendeu, inclusive, a participação no governo do PSDB em São Paulo -, o PSB também tem ligações com partidos de esquerda, como o PT, e com alguns setores da burguesia nacional. Por isso, logo após a derrota do PT em 2016, os donos do golpe decidiram, por meio do PSDB e do DEM, esboçar uma candidatura que desse maior conforto ao imperialismo.
Para conseguir construir uma candidatura forte, capaz de derrotar o PSB, a burguesia uniu Fernando Bezerra Coelho, do PSB, Armando Monteiro, do PTB, Bruno Araújo, do PSDB, e Mendonça Filho, do DEM. Em dezembro do ano passado, esses políticos se reuniram e promoveram um evento chamado “Pernambuco quer mudar”. Nesse momento, a oposição de direita ao governo do PSB foi consolidada.
Nesta semana, o senador Fernando Bezerra Coelho anunciou quem deverão ser os principais candidatos da direita em Pernambuco: Armando Monteiro para governador e Mendonça Filho para senador. O PSDB, por sua vez, deverá participar com a postulação à vice-governança na chapa com Armando Monteiro.
Armando Monteiro é um banqueiro e um industrial, enquanto Mendonça Filho é herdeiro de uma família enriquecida sob a base do latifúndio e do coronelismo no Agreste Pernambucano. Por isso, é necessário compreender que o grupo não está contra o PSB para benificiar os trabalhadores: essa será a chapa oficial dos golpistas.