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Petroleiros

Armadilha do TST: a FUP não tem nada a ganhar com a suspensão da greve

O cumprimento, por parte da FUP, da exigência do TST de suspensão do movimento nacional dos petroleiros deixa a categoria desarmada diante dos inimigos da greve

A direção da Federação Única dos Petroleiros (FUP) decidiu, nesta quarta-feira, dia 19, indica aos sindicatos a ela filiados a suspensão provisória  do movimento grevista da categoria, que se encontrava de braços cruzados desde o início do mês de fevereiro. A greve nacional dos petroleiros estava sendo considerada a mais forte mobilização dos operários e pessoal administrativo da empresa estatal, desde o grande último movimento nacional, que foi a histórica luta dos petroleiros em 1995, no alvorecer do governo FHC, de triste lembrança para todos os trabalhadores brasileiros.

Em nota, o Conselho Deliberativo da entidade comunicou que “a FUP, mais uma vez, na vanguarda da luta por direitos e soberania, garantiu a suspensão das demissões já em curso dos trabalhadores da FAFEN-PR e a abertura de um processo de negociação, sob mediação do TST, com participação do Ministério Público do Trabalho, a partir de sexta-feira, 21/02″. (Sítio da FUP, 19/02). A nota acrescenta ainda que caso não haja avanços na mediação, a greve poderá ser retomada em data a ser definida pelo Conselho Deliberativo da FUP e seus sindicatos.

Inicialmente, faz-se necessário registrar que a luta nacional dos petroleiros foi torpedeada por todo o conjunto da venal imprensa golpista, que no início simplesmente a desconheceu, para depois atacá-la da forma mais vil e abjeta, na medida em que o movimento paredista cresceu, mostrou fôlego e força, passando a incomodar os golpistas. Juntos, logo em seguida, governo, a direção da empresa e os tribunais reacionários (TST, STF) também deram a sua contribuição para atacar o movimento, com o Tribunal Superior do Trabalho “reconhecendo a legitimidade da greve”, mas exigindo que 90% dos trabalhadores paralisados retornassem aos postos de trabalho, ou seja, se posicionando contra o direito constitucional à greve. Atendendo às pressões exercidas pela direção bolsonarista da Petrobrás, Ives Gandra Martins, o ultraconservador e reacionário ministro do TST, inimigo dos trabalhadores e das causas sindicais, decretou, de forma monocrática, autoritária e antidemocrática, a ilegalidade da greve, abrindo caminho para as demissões. O Ministro Dias Toffoli, presidente do STF, confirmando a decisão do TST, também se posicionou contrário às reivindicações dos trabalhadores da estatal, se colocando contra a legalidade do movimento.

As decisões oriundas destas duas instâncias do judiciário (golpista) nacional já deveriam servir de parâmetro e alerta para a direção da FUP, quando da decisão da entidade em suspender o movimento grevista, pois em sua nota, a entidade reconhece e aceita do TST como mediador, como se o tribunal que decretou a ilegalidade do movimento e degolou a greve pudesse cumprir um papel de isenção e neutralidade nas negociações. Deixemos claro aqui que trata-se de uma infantil ingenuidade acreditar que a instituição que há uma semana atrás bombardeou a greve irá agora adotar qualquer postura de defesa das reivindicações dos petroleiros, reconhecendo sua legitimidade. A marca indelével do judiciário nacional e suas diversas instâncias, no último período, antes, durante e depois do golpe de Estado de 2016, não foi outra senão legitimar todas as maiores arbitrariedades e ilegalidades cometidas contra a ordem constitucional e o ordenamento jurídico do País, particularmente contra a esquerda e suas representações, os partidos, os sindicatos, os movimentos de luta do campo e da cidade.

A suspensão do movimento, portanto, fragiliza e deixa em situação de vulnerabilidade os que participaram do movimento e também os trabalhadores ameaçados de demissão na FAFEN-PR. Isso porque não há qualquer garantia de que não haverá perseguições; ao contrário, pois o mais provável é que elas – as ameaças, perseguições e demissões – aconteçam. Não nos esqueçamos que o País se encontra sitiado sob o tacão dos golpistas, dos militares entreguistas e dos tribunais reacionários e seus ministros, desembargadores e juízes direitistas, fascistas.

O palavreado sobre um possível retorno à greve se as negociações mediadas pelo TST reacionário fracassarem também deve ser visto com total desconfiança e ceticismo. Os que vivenciam o cotidiano da luta de classes no País e que participam dos fóruns de organização da luta dos trabalhadores compreendem muito bem as dificuldades que permeiam a retomada de uma greve nacional da envergadura e da importância de uma categoria operária como a dos petroleiros. Portanto, ao ceder à exigência do TST, que impôs como condição para mediar as negociações a suspensão do movimento, a FUP entra em uma cilada perigosa que pode custar caro não só à luta dos petroleiros, mas a toda uma perspectiva de luta que está colocada para o conjunto da classe operária e os trabalhadores brasileiros no próximo período como elemento de pressão fundamental pela derrubada e pelo fim do governo fascista de Bolsonaro, da extrema direita, da burguesia e do imperialismo.

A arma do trabalhador para exigir suas reivindicações é a mobilização e a greve, pois não há outra linguagem que seja entendida pelos patrões e diretores de empresas, sejam elas públicas ou privadas, que não seja o uso da força, da interrupção do trabalho, como elemento de pressão pelo atendimento das demandas dos trabalhadores, dos explorados. A FUP e os petroleiros devem garantir a retomada do movimento até o atendimento total das reivindicações, a cessação de todas as ameaças de demissão por parte da empresa, a revogação de todas as demissões,  projetando a luta para novos patamares, para além do terreno sindical, erguendo a bandeira do “Fora Bolsonaro”; Fora todos os golpistas.

 

 

 

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