Com o apoio de 71 deputados de todo país, em março deste ano um projeto visando a legalização do aborto. Em abril, 10, o tema foi debatido pela primeira vez na história da Argentina. Depois de outros países, como o Uruguai, tornarem a prática legal, aumentou a pressão para que o mesmo ocorra lá.
Apesar do grande número de apoiadores, há aqueles que demonstram oposição. Nesse sentido, os direitistas, que pouco se importam com os direitos das mulheres, apresentaram, no último dia 05 de junho, ao Congresso, 414 mil assinaturas contrárias ao projeto de legalização do aborto. Como apelo emocional, as organizações “pró-vida” anexaram ao final do documento fotos de jovens que “sobreviveram a prática”. Para eles, não importa em nada a opinião das gestantes, se querem, ou não, levá-la a diante, quiçá a forma com que engravidaram, sendo contrários, inclusive, em casos de aborto, por exemplo.
As assinaturas serão incorporadas ao processo e serão levadas em conta quando as comissões parlamentares decidirão se o tema será, ou não, mais debatido no congresso. No dia 13 de junho o projeto será votado no Senado, que sofre influência da Igreja. Ainda assim, a legalização do aborto é apoiada por figuras como o presidente, Mauricio Macri. Apesar da divisão de opiniões na Casa Rosada, mais da metade dos ministros do governo são favoráveis, alguns com algumas ressalvas. Cinco se opõe e dois não opinaram.
Ainda que boa parte da sociedade seja favorável a legalização do aborto, a mídia influência alguns expectadores, propagando opiniões contrárias. Isso porque as atividades realizadas pelos direitistas são mais veiculadas que atos favoráveis.
Nesta última segunda, 04, o Movimento Nenhuma a Menos realizou, no centro de Buenos Aires, uma manifestação de repúdio as inúmeras mulheres assassinadas diariamente, bem como pelo direito de todas a realizarem procedimentos de aborto de forma segura e legal. A atividade concentrou enorme número de apoiadores. Representantes afirmam que possuem boa expectativa, de avanço nos direitos das mulheres.
No Brasil o tema não foi debatido oficialmente. A prática é considerada ilegal, salvo em casos de estupro, ou má formação fetal. Legalizar o aborto é um avanço nos direitos das mulheres, que são brutalmente reprimidas pelo sistema capitalista, uma vez que o mesmo reforça a condição de escravização social, sendo forçadas a manterem gestações indesejadas, bem como cuidar do lar e filhos, que serão mão de obra futuramente. A libertação das mulheres só ocorrerá com a derrubada total do capitalismo, mas a luta pela conquista de direitos é fundamental.
Com o avanço do golpe no Brasil, porém, a ideia de aumentar os direitos das mulheres soa como um absurdo. Pelo contrário, os golpistas os retiram cada vez mais. Logo lutar contra o golpe é lutar pelo direito das mulheres, de poderem optar por engravidarem ou não e, caso isso aconteça de forma indesejada, que possam ter o amparo médico e psicológico do Estado para realizarem um aborto seguro.