Na última segunda-feira (26), Alberto Fernández, principal candidato à vitória nas eleições presidenciais argentinas, se reuniu com representantes do Fundo Monetário Internacional (FMI) após o qual a Frente de Todos – coligação da chapa, que também tem como candidata a vice a ex-presidenta Cristina Kirchner – emitiu um comunicado.
Nele, o bloco diz que Fernández concorda com os objetivos principais do acordo do FMI com o atual presidente neoliberal, Maurício Macri. São eles: recuperação do crescimento econômico; geração de empregos para combater a pobreza; redução da inflação; e a busca de uma trajetória descendente da dívida pública.
Essa não é a primeira vez que Fernández sinaliza aos banqueiros internacionais que não irá mexer com seus interesses, caso torne-se presidente da Argentina.
Na semana seguinte à vitória nas primárias, ele afirmou que as suas propostas de governo não contemplam “nem a inadimplência nem o risco de não pagar dívidas”.
O imperialismo não quer a vitória de Fernández, uma vez que, mesmo sendo um “Plano B” imposto pela burguesia à chapa peronista, o candidato natural dos grandes capitalistas continua sendo Macri, que vem implementando a política de terra arrasada ordenada pelo FMI desde 2016.
A burguesia ainda tem muitas cartas na manga, muitos artifícios para tentar manobrar nas eleições de outubro, buscando uma virada em prol de Macri. Nas primárias, ele obteve apenas 32% dos votos, contra 47% de Fernández.
No entanto, mesmo assim, existe uma possibilidade de vitória eleitoral do peronismo. Diante disso, a burguesia já manobrou ao retirar Cristina Kirchner da cabeça de chapa e colocar em seu lugar Fernández, um político muito mais direitista. Isso porque Cristina tem apelo popular e se fosse cabeça de chapa teria mais chance de vencer e polarizaria ainda mais a situação política.
Com Alberto Fernández, o imperialismo já tenta ganhar completamente a esquerda burguesa argentina, ao impor a sua política, sendo ela aceita pelo candidato peronista.