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São Paulo

Área da enfermagem: ou morrem de coronavírus, ou de esgotamento

Política do governo golpista de Bolsonaro favorece adoecimento mental nos trabalhadores da saúde

O Conselho Regional de Enfermagem do estado de São Paulo (Coren-SP) juntamente com Universidade do Oeste Paulista (Unoeste), divulgaram, na última sexta-feira (18/09/2020), o resultado de uma pesquisa que teve como objetivo avaliar a saúde mental dos profissionais de enfermagem diante da pandemia do Covid-19. A partir desse estudo, foi possível concluir que a pandemia impacta psicologicamente os trabalhadores dessa categoria, colaborando com quadros de ansiedade e problemas laborais. 

Para essa pesquisa, contaram com 13.587 profissionais de enfermagem ( enfermeiros, técnicos e auxiliares). Dentro deste total, 87%  eram mulheres com média de idade de 38 anos.  A pesquisa identificou que  80%  desses trabalhadores estavam em contato com casos suspeitos ou confirmados de Covid-19 no trabalho e que  57%  residiam com pessoas enquadradas no grupo de risco. Nota-se, especialmente a partir desse último dado, um total descaso por parte das autoridades em controlar a disseminação do vírus e controlar o número de óbitos, sem falar no completo descaso com os profissionais da saúde. Permitem que os profissionais de saúde e, neste caso os membros de equipe de enfermagem, exponham seus familiares à doença mesmo sendo considerados grupos de risco. O resultado dessa irresponsabilidade não poderia ser diferente do que estamos assistindo: números alarmantes de contaminação, óbitos em quantidade igualmente alarmante e profissionais desgastados física e mentalmente. Como é possível o profissional desenvolver suas atividades com qualidade, sendo que há possibilidade dele próprio transmitir o vírus aos seus familiares? Talvez tenhamos a resposta para essa pergunta nos demais resultados dessa mesma pesquisa.

De acordo com a pesquisa, 73% dos profissionais tem tido insônia; 70,6% têm sentido mais vontade de chorar; 67,3% tiveram aumento de apetite;  55% têm manifestado reações como suor intenso, taquicardia, tremores, náuseas e agitação. O estudo aponta ainda: 86% têm medo de ficar doente; 93,3% têm medo de transmitir a doença para as pessoas que amam; 81,7% têm tido preocupação exagerada em relação a limpeza e higiene. Pelo que foi possível notar através das respostas, os danos provocados pela pandemia e, principalmente, pela irresponsabilidade dos governantes, são graves e criminosos. Esses dados devem servir como uma pequena amostra da tragédia nacional de proporções ainda incalculáveis. No que diz respeito aos problemas provocados pelo trabalho 87% chegaram responder que possuem sintomas de Burnout e apenas 14%  dos profissionais está realizando algum tipo de tratamento psicológico. 

Os dados dessa pesquisa são alarmantes e expressam uma pequena parcela da realidade dos trabalhadores da saúde. Para além dos profissionais da enfermagem também temos um conjuntos de trabalhadores que estão na linha de frente  e que lidam diariamente com o descaso do governo. Um exemplo desse descaso foi a atitude criminosa do Ministério da Saúde de retirar da lista de doenças relacionada ao trabalho o Covid-19. A partir disso, fica ainda mais evidente o plano criminoso de extermínio da população e de setores empobrecidos da sociedade. Sabe-se que a categoria profissional da enfermagem é composta majoritariamente por mulheres tendo parcela significativa de pretos e pardos entre os auxiliares e técnicos de enfermagem, segundo pesquisa sobre perfil profissional realizada pelo Conselho Federal de Enfermagem (Cofen).

Podemos apontar, como fatores que favorecem o adoecimento mental desses trabalhadores: as extensas jornadas de horas trabalho; prestação de serviço para mais de uma unidade de saúde sem vínculos seguros; sucateamento dos espaços de trabalho; falta de equipamentos de proteção individuais adequados; baixos salários; etc. 

Os trabalhadores da saúde necessitam, agora mais que nunca, mobilizar-se contra essa política criminosa e de extermínio. Precisamos reivindicar melhores condições de trabalho, o que, neste momento, inclui a necessidade de uma ampla testagem, o que já deveria estar ocorrendo desde o início da pandemia, para que se preserve a vida de toda população e de todos os profissionais da saúde e seus familiares. Também é preciso exigir equipamentos de proteção individual e a diminuição da jornada de trabalho sem redução salarial.

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