Segundo fonte anônima, autoridades sauditas confiscaram 22 embarcações que carregavam produtos de primeira necessidade no porto de Jizán, Arábia Saudita. As embarcações estavam indo em direção ao Iêmen, parando a poucos quilômetros de seu destino final.
Ademais, a mesma fonte informou que as embarcações continham meio milhão de toneladas de derivados de petróleo, mais de oito mil toneladas de gás, dez mil toneladas de farinha e nove mil toneladas de arroz.
O Iêmen tem sofrido duras repressões por parte do governo da Arábia Saudita. Desde 2015, os países estão em conflito constante, devido à guerra entre uma coligação internacional, liderada pelos sauditas, e o governo regional dos Houthis. Estes, controlam boa parte do território iemenita, incluindo a própria capital Sana’a.
É importante ressaltar que essa guerra nada mais é do que uma disputa por controle territorial. De um lado, o Irã, que apoia os Houthis e procura aumentar a sua influência na região. De outro, a Arábia Saudita, tendo como principal aliado e financiador os Estados Unidos, que continua com sua campanha imperialista incansável de dominação total do Oriente Médio.
Vale evidenciar que este amparo se sustenta completamente na compra de armas por parte dos sauditas, que gastam em torno de 8% de seu PIB neste mercado. Por conseguinte, o plano do governo da Arábia Saudita de diminuição da aquisição desses armamentos – por uma questão financeira, diga-se de passagem – se mostra extremamente alarmante para o país, uma vez que o governo estadunidense irá retirar seu apoio irrestrito ao estado.
Este conflito tem colocado o Iêmen em uma situação de miséria total. Engendrou-se no país uma crise alimentar histórica, considerada como a pior crise humanitária do mundo pela FAO, organismo das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura. Segundo dados do mesmo órgão, 16 milhões de iemenitas se encontram em situação de fome. Ademais, 80% da população depende de ajuda alimentar externa.
Com a pandemia do coronavírus se mostrando cada vez mais avassaladora, a perspectiva para o Iêmen só tende a piorar. O país já conta com 128 casos confirmados e 20 mortes. Entretanto, existem denúncias de uma forte subnotificação, já que não existem testes disponíveis para realizar testagem ampla e generalizada. Além disso, a Arábia Saudita e seus aliados têm impedido a chegada de médicos ao país, o que intensifica ainda mais a crise.
Não pode se esperar nada de diferente para a nação iemenita: é o cenário perfeito para a pior crise já vista no século XXI. Enquanto a ONU lamenta e roga por apoio à comunidade internacional, os Estados Unidos domina e destrói completamente os países menos desenvolvidos, sem qualquer tipo de consequência ou ação contrária verdadeiramente combativa. Devemos nos colocar completamente contra esse tipo de projeto por parte das potências imperialistas. Além do mais, as sanções econômicas unilaterais de Trump constroem situação extremamente similar em diversos outros países do mundo, como a Venezuela, o Irã e a Nicarágua. O Estados Unidos será responsável pela morte de milhões de pessoas ao redor do mundo. Não podemos deixar que saia ileso dessa crise. Os trabalhadores de todo o mundo devem unir-se para pôr fim a essa tirania insustentável e, finalmente, acabar de uma vez por todas com o reinado estadunidense.
