Após apenas um mês do apagão do Amapá, que instalou um caos no estado, decorrente do colapso da privatização do sistema elétrico, a capital Macapá voltou a registrar falta de luz neste domingo (27). Dessa vez, o corte no fornecimento de energia elétrica afetou a zona norte de Macapá, onde residem 200 mil dos mais de 510 mil habitantes da capital amapaense, a maior região da capital,
A origem do problema, segundo o governo local, nada tem a ver com a que deixou o Estado no escuro por 22 dias. Em 3 de novembro, o fornecimento de energia foi interrompido após uma explosão na subestação Macapá, que atendia quase todo o Amapá.
O problema que aparentemente já foi solucionado, teria sido provocado por panes em uma outra subestação da capital, a Macapá II, de acordo com a Companhia de Eletricidade do Amapá, estatal de distribuição de energia elétrica do estado.
O último apagão em Macapá deixou 13 das 16 cidades do estado sem energia por dois dias seguidos e em rodízio de fornecimento por mais de três semanas, incluindo a capital Macapá. Mais de 700 mil pessoas sofreram com a com a falta de energia elétrica, praticamente 80% da população. Pelo menos 8 pessoas morreram direta ou indiretamente por conta do apagão que atingiu o Amapá, segundo reportagem Rede Brasil. Famílias ainda aguardam ressarcimento prometido pelo governo estadual e federal. Contudo, o Congresso entrou em recesso sem votar a MP 1010/20 que concede isenção de tarifa de energia elétrica para os consumidores atingidos pelo apagão no estado do Amapá, no período de 26 de outubro a 24 de novembro. Ou seja, os amapaenses vão ter que pagar pelo apagão.
O apagão tem como responsável a empresa privada espanhola Isolux, que opera a distribuição de energia elétrica em toda a região e no estado. A população local realizou diversos protestos contra a empresa e foi duramente reprimida pela polícia. Em muitas localidades, a população passou 30 dias sem eletricidade. Justamente nesses locais, mais periféricos, a revolta popular foi muito grande, enfrentando por outro lado, uma repressão extremamente brutal, a ponto de crianças terem perdido a visão após serem atingidas por balas de borracha.
A Isolux, que conta com um histórico de maus serviços prestados em outros países, chegou admitir que não tem capacidade técnica, nem trabalhadores em números suficientes para manutenção. Nada foi feito para resolver esse que é o maior apagão da história recente do país. A política neoliberal imposta a população, que privatizou o abastecimento de energia elétrica, está destruindo o estado.