A Polícia Militar do Rio de Janeiro, em mais uma demonstração de arbitrariedade e truculência, prendeu, no final de semana do dia 7, quase 160 pessoas, sob a alegação de que todas elas estavam fazendo parte de uma festa promovida por milícias.
Uma prisão com essas características, com mais de 100 pessoas presas, mostra que, de fato, o Rio está sob estado de exceção, onde não valem mais os direitos democráticos da população.
E não foi uma detenção para averiguações, como poderia se pensar, a quase totalidade dos presos assim permaneceram até começar toda uma campanha de denúncia e pressão para que fossem soltos, eis que não havia crime, muito menos prova de crime. A não ser que o crime seja ser negro ou morador de periferia.
Do total de 159 presos, 137 devem ser soltos em breve depois da decisão do juiz do caso, que considerou que não existem provas para que sejam apresentadas denúncias para cada um deles.
Não tem prova, mas não tem ilegalidade na ação dos policiais, segundo o juiz do caso. O que mostra que, sim, qualquer pessoa pode ser vítima do que se passa na cabeça dos policiais militares, que, depois do golpe de Estado estão muito mais à vontade para praticar suas atrocidades.
O Rio, por outro lado, ainda está sob intervenção militar, o que força todas as instituições do Estado a ratificarem os desmandos das forças de repressão. Também por isso é que não foi localizado, até hoje, sequer um suspeito da execução da ex-vereadora do Psol, Marielle Franco.
É diante desses acontecimentos que se deve lutar contra a intervenção militar no Rio de Janeiro, além, claro, de lutar pela liberdade de Lula, alvo do mesmo sistema de repressão, e que agora pretende avançar sobre os direitos políticos do povo. E o próximo passo, nesse sentido, é realizar um gigantesco ato de 1º de maio, em Curitiba.