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Sem Terra

Após ocupações de terra, polícia inicia intimidação em Rondônia

As famílias do Acampamento Manoel Ribeiro enfrentaram mais uma tentativa de intimidação da polícia a serviço do latifúndio, dia 06 de setembro, no interior de Rondônia.

As famílias do Acampamento Manoel Ribeiro enfrentaram mais uma tentativa de intimidação da polícia a serviço do latifúndio, dia 06 de setembro, no interior de Rondônia. Estes camponeses lutam pelas terras do latifúndio Nossa Senhora, localizado no município de Chupinguaia (a cerca de 675 km de Porto Velho), uma das últimas partes da antiga fazenda Santa Elina, onde ocorreu a heróica resistência camponesa de Corumbiara.

Na tarde de domingo, um helicóptero do Núcleo de Operações Aéreas (NOA) das polícias civil e militar fez vôos rasantes sobre o Acampamento.
Com a aproximação da aeronave, equipada com o que pareciam ser armas de grosso calibre, camponeses dispararam fogos de artifício para alertarem acampados e apoiadores.

Ao invés de assustar as famílias em luta pela terra, o sobrevoo da aeronave deixou a todos em alerta e prontidão para resistir diante de uma possível tentativa de despejo. Organizados e dando mostras de sua combatividade, os camponeses rapidamente cobriram os rostos a fim de impedir a identificação e perseguição por parte dos policiais que usualmente se utilizam-se de helicópteros para fazer a identificação de territórios e indivíduos antes de operações de invasão.

As famílias também empunharam bandeiras vermelhas e gritaram palavras de ordem, frente à tentativa de intimidação.

Neste dia 06 de agosto o Acampamento Manoel Ribeiro completou vitoriosas 3 semanas de ocupação, e a cada dia mais e mais pessoas se somam a luta pela conquista das últimas terras da antiga Fazenda Santa Elina.

Massacre de Corumbiara

No dia 9 de agosto de 1995 ocorreu a Batalha de Santa Elina, também conhecida como Massacre de Corumbiara, em Rondônia. 600 famílias camponesas sem terra montaram acampamento para conseguirem o sagrado direito a terra para nela viverem e trabalharem.

Antenor Duarte, latifundiário vizinho, organizou outros grandes fazendeiros, contratou e armou pistoleiros e ordenou o ataque bárbaro contra os trabalhadores.

Policiais da PM e da COE fortemente armados atacaram o acampamento de madrugada, juntamente com pistoleiros. Os camponeses resistiram bravamente com as armas que tinham: paus, foices e espingardas. Depois de rendidos, foram humilhados, espancados, torturados e executados. Pistoleiros e policiais furaram os olhos e caparam um camponês ainda vivo, obrigaram trabalhadores a pisar nos corpos de seus companheiros, a comer o cérebro de um acampado que teve sua cabeça esmagada.

Ao todo, 9 camponeses foram assassinados, inclusive a menina Vanessa, de apenas 7 anos, e vários desapareceram. A maioria dos trabalhadores tem sequelas emocionais até hoje e muitos morreram ao longo destes 20 anos por doenças que poderiam ter sido evitadas ou tratadas, caso as famílias tivessem recebido indenização e tratamento de saúde adequado.

O Estado brasileiro foi condenado na Corte Interamericana de Direitos Humanos por esta barbaridade, mas a justiça não foi feita até hoje. Numa farsa de julgamento, dois líderes camponeses e dois soldados da Polícia Militar foram condenados e presos.

E os maiores culpados seguem impunes até hoje: José Ventura Pereira, tenente-coronel que comandou as tropas assassinas; Valdir Raupp (PMDB), governador na época e comandante geral da PM, e Antenor Duarte, latifundiário mandante. Em 2015, numa audiência com as vítimas sobre indenizações pelo massacre, um juiz substituto disse que não houve massacre e que os crimes bárbaros já prescreveram.

O movimento do sem terra ainda precisa superar a política ineficaz de não responderem à altura esses ataques e assassinatos, essas vacilações do movimento custam a vida de muitos militantes, que ficam a mercê da justiça burguesa, que, nesse caso e em tantos outros, não mostrou justiça ao povo. A população pobre, e principalmente os movimentos sociais, precisam ter como se defender do Estado burguês e repressor, que não vacila em utilizar mecanismos de violência para conter a fúria popular.

A direção do movimento espera que as autoridades hajam de uma forma fantasiosamente justa e imparcial, algo que não está dentro da política das instituições burguesas.

O armamento é a única solução, a população pobre precisa se defender dos ataques fascistas de forma incisiva, buscando os meios necessários para responder à altura esse tipo de violência. A burguesia precisa sentir a fúria do povo trabalhador, pois, somente a luta revolucionária pode acabar com a burguesia fascista e assassina.

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