Segundo a Reuters, a assessoria de imprensa do Banco BTG Pactual informou o novo economista-chefe a partir de janeiro de 2021. Será ex-secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida. E também que ele será sócio após o período de quarentena do serviço público.
Mansueto Almeida era Técnico de Planejamento e Pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), atuou na campanha de Aécio Neves (PSDB-MG) nas eleições de 2014 na elaboração do programa econômico do tucano.
Respondia pela Secretaria de Acompanhamento Fiscal do Ministério da Fazenda e depois Comandou o Tesouro Nacional no governo Temer a partir de 2018. Continuou no cargo no governo Bolsonaro e sua saída foi anunciada em junho, passando a ocupar seu lugar, a partir de 15 de julho, o economista Bruno Funchal.
Paulo Guedes, atual Ministro da Economia, foi um dos fundadores do Banco de Investimentos BTG Pactual, hoje comandado por André Esteves. Em julho deste ano o banco comprou uma carteira de créditos do Banco do Brasil no valor de cerca de 3 bilhões por apenas 371 milhões de reais.
A operação foi uma das últimas do presidente do Banco do Brasil, Rubem Novaes, indicado por Jair Bolsonaro. A associação dos funcionários do banco pediu investigação da operação ao Tribunal de Contas da União. Rubem Novaes pediu demissão criticando a cultura de corrupção de Brasília.
A matéria é bastante ilustrativa quanto à forma como a burguesia faz política. Seus comandados ora estão nas direções de grandes bancos e empresas, ora em cargos chave na estrutura do estado. E é claro que as informações privilegiadas transitam junto com eles, favorecendo os negócios dessa burguesia.
Se olharmos a história dos ocupantes de cargos no alto escalão do governo, em especial nos relacionados à economia e planejamento dos orçamentos do estado, iremos sem dúvida, ver que se trata não de exceção, mas de regra. Informações privilegiadas resultam em ganhos significativos para as empresas, e os lucros vão à estratosfera.
No caso do banco BTG, onde o Guedes é um dos fundadores, essa operação não é a única que está sendo investigada, tem outras operações que seguem o mesmo artifício conforme a própria imprensa capitalista. Ademais deverão existir tantas outras que nem sequer sonhamos, pois nem tudo é noticiado pela imprensa golpista.
As pessoas que não sofrem de falta de memória hão de se lembrar, por exemplo, de executivos como o Henrique Meirelles, ligado aos bancos, Abraham Weintraub, ministro da educação indicado e aceito como diretor do banco mundial, o Moreira Salles, ex-ministro da economia no governo João Goulart, tendo sido embaixador nos EUA durante o segundo governo de Vargas. E segue a lista sem fim.
Enquanto as informações privilegiadas favorecem a acumulação de riquezas para empresas e bancos, o povo fica cada vez mais aumentando suas dificuldades e miséria, ano após ano.
Fica claro que o estado é burguês e faz política para favorecer essa classe, genocida, pois não se importa que o povo esteja passando fome, necessidades ou morrendo por vírus.
Para eles o importante é que a economia seja salva e portanto continuem aumentando a sua riqueza, que já é enorme. Ficam com mais de metade da renda produzida pelos trabalhadores e são apenas no máximo 10% da população mundial ou em cada país em particular.
Já passou da hora de pôr abaixo o capitalismo, sistema que gera miséria e doenças e não consegue controlar o impulso destrutivo da pior classe que a humanidade conheceu.