A vida da classe trabalhadora no mundo capitalista é sempre um aperto aqui e acolá, com pressão vindo de todos os lados, serviços precarizados, violência recrudescendo, crise econômica, a população e, em especial, os jovens, acabam não suportando serem aviltados de tantas formas. Coincidentemente, desde o golpe de Estado que derrubou uma presidente eleita democraticamente e colocou a extrema-direita no poder, o número de jovens com depressão aumentou.
Um levantamento do Ministério da Saúde divulgado nesta última terça-feira (17), mostra que no Sistema Único de Saúde (SUS), os atendimentos e internações relacionados à depressão cresceram 52% entre 2015 e 2018, subindo de 79.654 para 121.341. Contudo, o dado mais alarmante é que essa porcentagem aumenta para 115% entre jovens na faixa etária de 15 a 29 anos.
Somente em 2019, alguns dados mostram que o SUS registrou cerca de 49.176 atendimentos relacionados à depressão e pelo menos 16.311 internações. Entre o anos de 2011 e 2018 foram registrados 339.730 casos de violência auto-provocada, sendo 33% deles classificados como tentativa de suicídio. Dentre eles, 45% são jovens entre 15 e 29 anos, estudantes são 30% desses casos, por último, as donas de casa são 23% desse universo reprimido.
De acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), de 2013, estima-se que 14,1 milhões de pessoa no Brasil possuam algum transtorno mental. Para a Organização Mundial da Saúde, aumentou 18,4% o número de pessoas com depressão nos últimos dez anos. Tudo isso é resultado das políticas de repressão, exploração e opressão que o Estado burguês impõe sobre a população.
As frustrações provocadas pela sociedade capitalista afloram nos jovens a sensação de fracasso, o incentivo à meritocracia também é um gatilho para que os jovens sintam essa pressão de conquistar tanto em tão pouco tempo, o que piora à medida que a população vai empobrecendo. O governo dos golpistas vem prejudicando a vida dos jovens, precarizando serviços, cortando bolsas de estudo, pisando nos sonhos desses jovens que tanto se dedicam e acabam frustrados.
Para o jovem, diante da política neoliberal, não há perspectiva: não há emprego, não há educação, não há perspectiva de futuro e a repressão é cada vez mais dura. É impossível, dentro da sociedade capitalista, ter uma vida saudável, longe das explorações e opressões que são extremas dentro do modo de produção capitalista.