Após cinco horas de discussão e do pronunciamento em sua própria defesa, o governador do estado do Rio de Janeiro Wilson Witzel teve seu processo de impeachment aprovado na assembleia legislativa do estado .
Já afastado anteriormente do cargo, em uma decisão monocrática de um ministro do STJ , o julgamento do caso se realizará pelo tribunal de justiça do Rio de janeiro (TJ-RJ) e uma comissão sorteada entre os deputados da ALERJ (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro). Witzel é acusado de irregularidades na área de saúde durante a pandemia.
Witzel, ex-fuzileiro naval e defensor público, até 2018 era juiz federal e pautou seu discurso de campanha no combate à violência urbana , inclusive com expressões de que iria “abater” os portadores de armas no estado. Teve 59,87% dos votos contara 40,13% de Eduardo Paes, ex-prefeito da cidade do Rio de janeiro. Em números absolutos, Witzel teve 4.675.355 votos, enquanto Paes teve 3.134.400.
O resultado eleitoral foi uma surpresa nas eleições de 2018 uma vez que Witzel era até então um desconhecido na política do Rio de janeiro contra um adversário já conhecido da população, colocando em cheque a veracidade das urnas.
A aprovação do processo de impeachment pela totalidade dos deputados estaduais revela-se como esclarecedora da artificialidade do mandato de Witzel, por uma discussão e defesa permeada de acusações entre os parlamentares e governador demonstrando a ausência de apoio mesmo entre seus pares.
A própria colocação em pauta do pedido de afastamento pelo presidente da assembleia legislativa revela que o acordo que permitiu a ascensão de Witzel carece de qualquer apoio popular, o qual se existisse, resultaria em resistência por parte de seus apoiadores. A pergunta que fica é “Onde estão os eleitores de Witzel?”.
Nenhuma manifestação popular, mesmo que impulsionada pela própria direita que o elegeu ,foi vista nas ruas nem em movimentações de parlamentares nos bastidores demonstrando que os acordos que o levaram ao poder são facilmente desfeitos quando os interesses da burguesia tomam outras direções.
Witzel assim como Bolsonaro é fruto da maior fraude eleitoral jamais vista no Brasil e solenemente foi descartado da cena política evidenciando que a burguesia assim como elege também destitui e é quem verdadeiramente controla o processo eleitoral no Brasil.