Como já era esperado, as eleições mais antidemocráticas dos últimos anos começaram com censura, ataques e tentativas de ridicularizar a esquerda e aqueles que sem demagogias tentam buscar soluções dentro da realidade para os problemas dos trabalhadores. Depois do caso do companheiro Luis Delvair, candidato do PCO a prefeitura de Porto Alegre – RS, que foi censurado em um primeiro debate, agora os ataques foram direcionados ao companheiro Victor Assis, candidato a prefeitura do Recife –PE, que participou de um debate na noite de segunda-feira (28), via internet. Os ataques contra o candidato começaram desde antes mesmo de o debate começar e se estendem até como o candidato é noticiado pela imprensa burguesa.
Em primeiro lugar, o debate começou com atraso simplesmente porque em uma reunião prévia antes do seu início candidatos da direita como Mendonça Filho, Alberto Feitosa e Charbel Maroun tentaram impedir que Victor participasse do debate por estar com um cartaz com palavras de ordem pelo Fora Bolsonaro no recinto em que se encontrava para sua participação, o que foi acatado pela organização e decidiram assim censurá-lo, obrigando o candidato a se deslocar para outro lugar sem nenhum cartaz com nenhuma palavra de ordem que inclusive faz parte do programa do partido para as eleições de 2020.
Em sua primeira fala, Victor denunciou o ocorrido para os telespectadores e assim foi interrompido por Mendonça Filho, e foi acusado também pela organização do debate de “tumultuar” o evento e também não teve seu tempo restituído mesmo com a interrupção de outro candidato, mostrando a completa falta de interesse em conduzi-lo de forma justa para com todos. Além disso, as acusações de “tumulto” dentro do debate aconteceram simplesmente porque o candidato do PCO não participou com o intuito de colaborar com aquele velho clima “amistoso” que ocorre entre os candidatos golpistas em que nenhuma denuncia é feita e os eleitores são apenas inundados num mar de demagogia e propostas vazias, que certamente nunca serão cumpridas.
Quanto à distorção da realidade numa tentativa de ridicularizar o candidato Victor pela imprensa golpista, podemos fazer até mesmo um comparativo com a matéria divulgada por jornal ligado ao grupo UOL, em que se é colocado que Victor “não parece estar preocupado com o Recife” ou que “o candidato a prefeito do Recife que poderia estar em campanha para qualquer uma das outras mais de cinco mil cidades do Brasil. Seu plano de governo tem um total de zero menções à cidade.” Uma completa falsificação contra o candidato se observarmos o que foi apresentado pelo mesmo no debate. Se tirarmos a censura e as interrupções, o que foi apresentado pelo candidato do PCO é o programa do partido para as eleições deste ano, em que a demagogia não é utilizada e apenas ações concretas são apresentadas para os trabalhadores, onde os trabalhadores devem se organizar para a derrubada da direita e pelo Fora Bolsonaro.
Seria muito mais fácil para o candidato chegar aos telespectadores e enchê-los de promessas para a saúde, educação, entre tantos outros problemas que assolam os brasileiros onde ele resolveria sozinho tudo aquilo que precariza a vida do recifense, mas tudo não passaria de demagogia e que com certeza não seria cumprido caso fosse eleito. A realidade vai além das palavras ditas aos eleitores. Como prometer construir escolas, pavimentar ruas, fazer saneamento básico se ao mesmo tempo temos um governo que corta recursos da Educação, privatiza o saneamento básico e comete entre tantas outras políticas nocivas à população que simplesmente impedem que esse tipo de problema seja resolvido?
Não é possível resolver os problemas básicos da população se estamos subordinados a outras instâncias completamente golpistas e que trabalham contra os trabalhadores. É por esse motivo que o PCO tem como programa para as cidades a mobilização popular contra esses ataques aos trabalhadores, para assim suas demandas serem atendidas como por exemplo os conselhos populares, para exigir que o Estado atenda demandas locais, contra o genocídio das crianças e jovens com a volta às aulas, uma mobilização pelo Fora Bolsonaro e todos os golpistas, como foi apresentado pelo candidato ontem no debate a prefeitura de Recife.
Os ataques aos partidos de esquerda e revolucionários nas eleições são algo recorrente, simplesmente porque estes partidos não apresentam aos trabalhadores a demagogia típica dos golpistas utilizando de seus maiores problemas para angariar votos sendo que as suas mazelas continuarão ali, pois suas políticas governam para outro setor da sociedade, governam para os interesses da burguesia. O ataque é frequente à aqueles que apresentam uma alternativa ao regime que hoje nos encontramos, a mobilização dos trabalhadores e a luta contra Bolsonaro e a extrema direita é ridicularizada porque vai contra os interesses da burguesia e da realidade ao qual o trabalhador se encontra.
É preciso denunciar e deixar claro que há uma ofensiva contra a esquerda e contra os interesses dos trabalhadores nestas eleições, feito pela grande burguesia e seus veículos de comunicação, e é por isso mesmo que o PCO continuará a sua campanha, para denunciar e colocar alternativas reais aos trabalhadores contra todos os problemas que assolam a vida dos brasileiros.
