Da redação – Boa parte do apoio recebido pela direita que derrubou o presidente legítimo da Bolívia, Evo Morales, em um golpe de Estado fascista promovido pelo imperialismo, vem de robôs, contas falsas criadas no Twitter. É o que constatou um relatório da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), publicado no último dia 10.
A organização compilou cerca de 68 mil contas falsas criadas com o único objetivo de difundir mensagens em apoio ao golpe, aos golpistas – principalmente a autoproclamada presidente Jeanine Añez e o fascista Luis Fernando Camacho – e contra Morales. Essas contas criaram 14 hashtags e fizeram com que fossem compartilhadas por 252.090 contas diferentes, chegando à marca de 1.048.575 tuítes entre 9 e 17 de novembro, uma quantidade muito expressiva, levando em consideração que a Bolívia tem 11 milhões de habitantes e o percentual de usuários de Internet continua pequeno.
Essas hashtags eram #BoliviaLibreyDemocratica, #NoHayGolpeEnBolivia, #EvoEsFraude e #BoliviaUnida, principalmente. Todas elas formaram parte da tradicional propaganda mentirosa da burguesia, da direita e do imperialismo, uma das armas mais letais na implementação de golpes de Estado.
Além disso, os grandes meios de comunicação bolivianos, como emissoras de TV e de rádio e os jornais burgueses, promoveram uma ampla e organizada campanha de difamação de Morales e de manipulação sobre as eleições de outubro, vencidas no primeiro turno pelo candidato do MAS. Tudo isso, com muito dinheiro do imperialismo, particularmente o norte-americano, como já vem sendo demonstrado.
Tal como na Bolívia, no Brasil a direita também tem um apoio artificial. Nas eleições de 2018, vimos que um terço dos seguidores de Jair Bolsonaro nas redes sociais não passava de robôs e que a imprensa capitalista montou um aparato articulado de propaganda para levado de maneira fraudulenta à presidência da República. O apoio dos golpistas, lá como cá, é completamente desmoralizado quando vemos as grandes manifestações de rua em rechaço à direita e pedindo a queda dos respectivos regimes golpistas.