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Apoio à “reforma” da Previdência é apoio ao golpe e traição ao povo trabalhador

Em nome da “responsabilidade fiscal” e outros pretextos que evidenciam uma total cumplicidade com o Estado capitalista e sua política de opressão contra a imensa maioria da população, governadores ditos de esquerda e eleitos como “candidatos de Lula” e outros bordões que lhes davam a aparência de candidaturas populares, embarcaram de “armas e bagagem” na defesa da “reforma” da Previdência.

Um dos lideres dessa empreitada é governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que – como todos os demais – alega ser  “contrário ao texto da reforma da Previdência apresentado pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL)”, mas defende a aprovação defende de fato a “reforma”, desde que “o Congresso construa uma proposta alternativa de mudança nas regras da aposentadoria“, com o pretexto de  que caso isso não ocorra, haverá um  “colapso das contas públicas”.

Outra liderança dessa colaboração com um dos pontos fundamentais do governo é o governador da Bahia, Rui Costa, também do PT, que “defende a aprovação da reforma da Previdência proposta pelo governo Jair Bolsonaro com apenas quatro alterações” e considera que “desgaste do governo não interessa a ninguém” e divulgou que os nove governadores do Nordeste estariam dispostos a apoiar a reforma diante do atendimento, supostamente de quatro exigências:  “ter uma regra perene”; retirar do texto a capitalização que “vai arrebentar tanto a Previdência pública quanto a privada, e só beneficia os bancos”; ajustar a questão rural e a prestação continuada”. Segundo ele, “nos comprometemos que, se esses quatro pontos fossem retirados, nós aprovaríamos a reforma“.

As “exigências” não são mais do que pretextos para uma política de colaboração com o governo ilegítimo de Bolsonaro, expressa por esses e outros setores que desejaram “sucesso”, “boa sorte”etc. ao governo estabelecido por meio de eleições fraudulentas realizadas após a condenação sem provas, prisão ilegal e cassação da candidatura do ex-presidente Lula. É bom lembrar que esses mesmos governadores da esquerda foram os defensores do chamado “plano B”(mesmo antes do impedimento ilegal da candidatura de Lula pelo TSE), que consistia na substituição de Lula por outro candidato mais palatável para a burguesia golpista, o que – finalmente- resultou na imposição da chapa Haddad-Manuela, na realização de uma campanha que não denunciava o golpe e a fraude e na legitimação das eleições fraudulentas.

Comprovando de que se trata de pretexto, o próprio governador Wellington Dias , em entrevista ao sítio Metrópoles, afirma que – pelo menos – um desses pontos não são fundamentais nem mesmo para o governo (como já declarou o próprio Bolsonaro) ao se referir à questão do Benefício de Prestação Continuada. “Dias avaliou que trata-se da estratégia conhecida como “bode” nos meios políticos. Ou seja: coloca-se a medida com o objetivo de ela ser tirada e encobrir as demais discussões sobre o tema“.

Isto significa que os governadores “esquerdistas” estão participando da encenação articulada pelo próprio governo, como atores coadjuvantes, exigindo que o governo retire da proposta um ponto que nada mais é do que um “bode”, colocado na proposta para ser retirado. O governo também admitiu não aprovar, agora, a questão da capitalização e já sinaliza uma acordo em torno da BPC. Assim estaria se encaminhando para um acordo, uma vez que haveria um consenso sobre a quase totalidade dos pontos.

A posição reacionária e antipopular, é evidente quando se sabe que esses senhores se colocam a favor da gigantesca expropriação de centenas de bilhões dólares de dezenas de milhões de trabalhadores, quando eles sabem claramente que a Previdência não é deficitária e que grandes empresas capitalistas, tendo à frente bancos e poderosos monopólios “devem R$ 450 bilhões à Previdência” e que a “reforma” é um dos objetivos centrais dos golpistas e do governo Bolsonaro para roubar recursos dos trabalhadores em favor do grande capital, diante do avanço da crise histórica do capitalismo.

No momento em que enorme rejeição popular contra o governo e sua “reforma”, ameaçam não apenas sua aprovação como também a própria existência do governo golpista, os governadores da “esquerda” agem como “bombeiros” da crise, procurando socorrer o governo, desfrutando de relações privilegiadas com os chefes das máfias políticas da direita golpista. Dias, por exemplo, é apontado como “um importante interlocutor dos governadores do Nordeste e tem conversado com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), sobre a necessidade de o Legislativo, em articulação com os demais chefes estaduais e prefeitos, assumir o protagonismo de construção de uma proposta”.  Não se furtando para isso em exagerar, nos cálculos, como é costume dos políticos burgueses e “coronéis” da política nordestina, quando – por exemplo  afirma que “vai me dizer que cada governador não tem 80 votos aqui?”. O que significaria que só os governadores do Nordeste teriam 920 votos no Congresso, que tem pouco mais de 600 membros, considerando-se a Câmara e o Senado.

É claro que ao lado do apoio real ao roubo da Previdência, eles também aparecem encenado a defesa de propostas do PT e de outros setores da esquerda, como a taxação do grande capital, o que sabe não tem a menor chance de ser aprovado em um dos Congressos com a composição mais reacionária (se não “a mais”) de todos os tempos. Nesse caso um “carneiro” que como o “bode” também será retirado da sala, para permitir o acordo contra o povo.

O fundamental é que a politica dos governadores e de outras parcelas da esquerda que defendem o entendimento, a colaboração, a “frente ampla”com setores da burguesia golpistas e até do próprio governo, atua para desarmar a reação dos trabalhadores e de seus organizações de luta. Enquanto o presidente da CUT, Vagner Freitas, por exemplo, fala de greve geral contra a reforma, os governadores falam de acordo para aprovar a reforma; enquanto os militantes da esquerda, do campo e da cidade, procuram se mobilizar pela liberdade de Lula e gritam nas ruas “fora Bolsonaro”, os governadores e consorciados clamam que não se desgaste o governo e abandonam por completo qualquer luta real em defesa de Lula e dos direitos democráticos do povo, propondo “virar a página do golpe”.

Em tudo uma política reacionária que precisa ser compreendida, denunciada e superada pelo ativismo classista, por meio de uma ampla mobilização nos locais de trabalho, estudo e moradia, que enfrente e derrote, inclusive esses traidores.

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