A greve dos caminhoneiros, que fragiliza enormemente o governo golpista, encontrou grande apoio entre setores populares. O índice de apoio popular a greve é tão alto, quanto o índice de rejeição ao governo golpista de Michel Temer. Esse fato não é mera coincidência, trata-se da tendência a mobilização popular contra o regime golpista.
Uma pesquisa do Datafolha constatou que 87% da população apoia a greve, 56%, inclusive defendem sua continuidade. Esse índice de aprovação a greve é superado apenas pelo índice de rejeição ao governo golpista, que passa dos 90%.
É evidente que a população que apoia a greve ao mesmo tempo rejeita compltamente o governo golpista, e é por rejeitar o governo golpista e sua política que apoiam a greve dos caminhoneiros. Isso porque a greve dos caminhoneiros assume, pelas características do regime golpista, uma caráter eminentemente político, ou seja, choca-se com o governo e a política golpista de conjunto.
Para qualquer ganho econômico a greve terá de derrubar o governo, pois não é possível a convivência entre uma política de controle de preços na Petrobras, que atenda os interesses do povo e sirva para o desenvolvimento da economia nacional e a política dos golpista, de atender os interesses integrais dos grandes capitalistas internacionais, em detrimento do povo e da economia nacional. Nessa luta somente um dos lados pode sobreviver.
Independentemente, da nuvem ideológica e da confusão política que envolve o movimento, o fato é que a greve objetivamente é uma luta contra o governo golpista e a política neoliberal. E exatamente por isso tem enorme apoio popular, pois o povo é, naturalmente, inimigo mortal do golpe e da política neoliberal, pois já sentiu seu amargo e horrível sabor.
O apoio a greve dos caminhoneiros expressa, nesse sentido, a disposição das massas trabalhadoras para a luta, até fim, contra o golpe e suas medidas. A greve expôs a fragilidade do governo, sua falta de autoridade diante da população. Criou confusão nas fileiras inimigas, desorganizou os golpistas.
Os caminhoneiros, porém, não são representantes das massas trabalhadoras, não podem de maneira alguma dirigi-las politicamente, é necessário que as organizações operárias como a CUT e populares o façam.
A Central Única dos Trabalhadores, maior organização da classe trabalhadora do país deve dirigir as massa na luta contra o governo golpista, chamado a greve geral e exigindo a libertação do ex-presidente Lula e até a derrubada de Temer e toda a corja golpista.