As manifestações que vem acontecendo nos Estados Unidos desde a semana passada, entraram no domingo (31) no sexto dia. Em torno de 40 cidades do país adotaram o toque de recolher para tentar evitar os atos e mobilizações. Os choques entre o povo negro e a direita nos EUA tende a se desenvolver de maneira cada vez mais violenta. Apesar de o assassinato de George Floyd pela policia norte-americana na cidade de Minneapolis ter sido o estopim da revolta popular, esse acontecimento é um sintoma da crise politica e econômica mundial, e não uma particularidade dos americanos.
Foram dezenas de protestos nos EUA, Europa e no Brasil neste final de semana. Mais de 75 cidades e em 16 estados norte-americanos foram registrados manifestações, tiveram atos também nas capitais de Alemanha, e Reino Unido, além de Toronto e Canadá. No Brasil as torcidas organizadas de futebol fizeram ato de protesto contra o fascismo e o governo fraudulento e golpista de Bolsonaro em São Paulo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Paraná. Como sempre, ao final das manifestações a policia reprime de forma violenta os manifestantes como aconteceu em São Paulo.
Em vários outros locais do mundo a crise politica, econômica, social e sanitária vem se agravando, principalmente nos países latino americanos. A intensificação da luta de classe tem se dado de maneira intensa e explosiva. A situação de fome e desemprego vinha crescendo de forma exponencial no continente e se acentuou com a pandemia do coronavírus. Nas últimas semanas do mês de maio a população chilena tomou as ruas contra a politica genocida de Sebastian Piñera de salvar os capitalistas em detrimento dos pobres e meio a pandemia. O povo saiu as ruas exigindo comida e atendimento médico, formaram barricadas para se protegerem da repressão policial.
No Equador, dia 25 de maio milhares saíram as ruas para protestar contra a politica neoliberal do governo de Lenín Moreno, que vem se aproveitando da quarentena para cortar os direitos sociais e sacrificar população em geral. A crise econômica, a pandemia, a politica neoliberal, e a extrema direita se somam para aplicar ataques de conjunto e ainda mais duros à todos os trabalhadores do continente latino americano, são cortes de salários, desemprego, privatizações, repressão, miséria e na questão do coronavírus os governos direitistas não fazem absolutamente nada para garantir a sobrevivência do povo.
A intensidade da polarização politica e da luta de classe que vemos no horizonte, requer meios para que a luta se iguale entre a burguesia e a população principalmente negra. Enquanto os governos direitistas, contrário as necessidades do povo, possuem seus cães de guarda armados até os dentes para se defender e reprimir as manifestações populares, o povo está completamente desarmado. Nos Estados Unidos os negros apesar de não estarem todos armados, eles podem se organizar e conseguir se equiparar na luta contra o fascismo. No caso brasileiro a questão é mais grave, pois aqui no Brasil o negro sequer tem o direito de se armar.
O interessante é que a esquerda brasileira aplaude e elogiam as manifestações americanas, que vem se radicalizando cada dia mais contra o aparato militar e burguês daquele país, e aqui no Brasil mantém sua incoerência em relação a politica de armamento do povo. A esquerda pequeno-burguesa, e até mesmo parte do movimento negro, defende uma politica totalmente oposta, o desarmamento do povo. fica claro que o único que se beneficia dessa politica é a burguesia que tem controle das policias e das forças armadas. É preciso abandonar essa posição e defender o armamento de todo o povo trabalhador.