O fracasso da política econômica do governo golpista argentino de Maurício Macri pode ser constatado no aumento cada vez mais da fuga de capitais do país. A Argentina se aprofunda em uma recessão econômica alarmante, a fome se instaurou no país, há saques nos supermercados e o nível de miserabilidade da população só aumenta. Diante da crise, os investidores estão abandonando o país.
Mesmo com o controle do governo Macri sobre a retirada de investimentos, as reservas internacionais do banco central argentino caíram para R$ 50, 2 bilhões na última quarta-feira em comparação aos 66,3 bilhões do mês anterior. Somada à retirada de dinheiro do país, está a desvalorização do peso em relação ao dólar, o que desencadeou um aumento da inflação, levando a protestos em várias cidades do país.
O fracasso da política econômica do governo golpista neoliberal de Maurício Macri é a base do fracasso político desse mesmo governo, repudiado amplamente pela população e a classe trabalhadora argentina. Isso ficou expresso, por exemplo, nas prévias eleitorais de agosto que deram a vitória à chapa kirchnerista, de Alberto Fernandez e Cristina Kirchner.
É preciso, no entanto, não entrar de cabeça na ilusão eleitoral de que a vitória já está garantida nas eleições do final do ano, em outubro. Primeiro porque a direita golpista, mesmo sem qualquer apoio popular, vai atuar para manter o controle do regime político, utilizando-se do apoio dos bancos e dos grandes monopólios internacionais. O próprio processo de retirada de investimentos, em parte, é uma expressão da crise econômica, em outra, todavia, visa criar um clima de terror no país contra o povo. Ou seja, a fuga de capitais pode ser utilizada como arma de chantagem política do imperialismo contra o povo argentino, tendo em vista uma possível vitória da esquerda nas eleições de outubro.
Os bancos internacionais e os investidores estrangeiros podem estrangular economicamente o país, tudo para manter o poder nas mãos da direita. Esta estratégia é cada vez mais provável diante da enorme crise econômica e política e do repúdio gigantesco do povo ao governo Macri.
Seria um enorme erro político da esquerda apostar todas as fichas nas eleições sabendo que o inimigo é poderoso e vai atuar, pelos meios que forem necessários, para garantir o seu domínio. É preciso intensificar as mobilizações populares contra o governo golpista de Maurício Macri, visando a sua derrubada.