No ultima sexta-feira dia (17\04) a Comissão Pastoral da Terra (CPT), lançou de forma oficial o Relatório de Conflitos no Campo Brasil em 2019. Esse documento é sempre um registro importante para os trabalhadores e ativista das causas da luta camponesa no Brasil, pois de maneira abrangente a CPT observa os índices de conflitos e tensões pelo interior de grande parte das regiões do pais.
O relatório aponta uma particular tendência do crescimento dos conflitos por terra no Brasil como não se via faz aproximadamente uma década. Somente no ano de 2019 ouve um total de 1.833 conflitos, um aumento de 23% a mais que no ano anterior, para a CPT isso seria o equivalente a 5 conflitos a cada dia, sendo este 1254 pela terra, 489 por água, 90 por direitos no trabalho.
Em relação aos assassinatos, os números apresentados também assustam: cerca de 14% a mais de 2018 para 2019, 32 ao todo, as tentativas foram 7% a mais chegando a 30, e as ameaças de morte 201, sendo 21% maior em comparação a 2018. Com 47 lideranças do campo assassinadas, e as mulheres como o grupo de maior alvo da violência, 201 em 2019 no campo sofreram algum tipo de ataque.
O relatório deixa claro que esta política de guerra no campo tem como prioridade os extermínio das lideranças indígenas. 9 líderes foram assassinados no intervalo dos anos de 2018 a 2019, o mais expressivo aumento nos 11 últimos anos.
Para além das dados apresentados, é necessário ter em análise essa pesquisa com política adotada no campo pelo governo federal, da qual não avançou mais deste o ano do golpe de 2016, na demarcação de terras indígenas, e em áreas de proteção ambiental, tampouco em um projeto de reforma agrária.