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Partido fisiológico

Apêndice do PCdoB, stalinista PPL faz campanha para Bruno Covas

Covas e partidários da direita fazem live no Dia da Consciência Negra. Hora do Povo bajula o prefeito e coloca o genocida como vanguarda na luta contra a violência policial

O Hora do Povo, jornal do antigo Partido Pátria Livre (PPL), que se fundiu com o PCdoB, segue com sua política golpista e demonstra ser não só fiel mas integrado à pauta da direita. Em notícia sobre uma live realizada na sexta-feira (20), na qual participaram diversos representantes de partidos direitistas, o jornal dedicou-se a transfigurar a imagem de Covas, genocida de carteirinha, para a vanguarda da luta contra o racismo e contra a violência policial. 

Não é necessário pesquisas profundas ou projetos acadêmicos para destacar os inúmeros assassinatos promovidos pela PM sobre a ordem do PSDB e do governo Covas. Mas, no dia da consciência negra, na live organizada pela iniciativa do Partido Cidadania, todas as colocações de Covas foram em “defesa” do povo negro, especialmente em relação ao caso de João Alberto, que serviu de gatilho para mobilizações em todo o País.

Cinicamente, o tucano declarou que

São inaceitáveis, injustificáveis e repugnantes as cenas de violência em Porto Alegre. É inegável o racismo.

Vivemos num país onde os negros não têm as mesmas oportunidades que os brancos (…) a pandemia do coronavírus jogou ainda mais luz sobre a desigualdade racial.

Realmente, as obviedades do prefeito são precisas, justamente para sua demagogia profissional. Estranho seria se o mentiroso do Covas negasse o racismo e apontasse que os negros merecessem morrer na mão da polícia, seu verdadeiro programa político. Também estavam presentes outros assassinos oportunistas como Malu Molina, do Cidadania, a vereadora eleita pelo Partido Novo, Cris Monteiro, “ativista” do setor de educação (afinal, o Itaú tem “projetos educacionais”), o ex-vereador Caio Miranda, do DEM, o advogado e candidato a vereador pelo PSB, Gabriel Oliveira, membro da Educafro (evidenciando que é uma ONG financiada pela burguesia), Aline Torres, “ativista” de movimentos culturais e candidata a vereadora pelo MDB e Ewerton Carvalho, advogado e “ativista” ligado aos movimentos hip hop e candidato a vereador pelo Podemos. Claramente um grupo que usa a demagogia tradicional da burguesia imperialista, o identitarismo, para se passar por progressista, tentando falsear a realidade: são inimigos dos negros e de todos os oprimidos. Covas ainda acrescentou:

Neste dia da consciência negra em que a gente viu aquelas cenas horrorosas lá em Porto Alegre. Vimos aquilo com muita tristeza. Isso mostra a presença do racismo estrutural, mostra a presença de um tema que precisa estar cada vez mais presente na pauta.

É engraçado perceber como as colocações de Covas os mesmos discursos identitários e acadêmicos sobre o “racismo estrutural” da esquerda pequeno-burguesa. Não é uma coincidência, esses argumentos, sem conclusão ou proposta alguma, servem apenas para enganar a classe trabalhadora, e em especial, a classe média que se emociona com qualquer baboseira bem adornada.

Em relação ao Hora do Povo, além de fazer propaganda aberta para Covas, o jornal simplesmente serve, como expressa a matéria em questão, de panfleto para a campanha imperialista, dos maiores inimigos dos trabalhadores. Ao mesmo tempo, tenta se passar por progressista, por esquerdista, tornando-se uma ala dentro do igualmente oportunista e stalinista PCdoB (que também tem fortes alianças com esses mesmos setores da direita Brasil afora).

Curiosamente, em São Paulo o PCdoB apoia, oficialmente, o candidato esquerdista Guilherme Boulos. Isso é outra amostra da política da frente ampla implementada pelo PCdoB, que mesmo defendendo Boulos, não perde a oportunidade de elogiar Covas para ser bem tratado por suas alianças direitistas. Assim, fica claro que o partido não tem programa nem ideologia. A típica política stalinista.

Trata-se de uma política degenerada e de um partido que se transforma completamente em um partido fisiológico – que se adapta a qualquer situação política em acordo com o estado burguês. Nesse âmbito, é importante esclarecimentos sobre o PPL, o antigo MR-8.

O PPL se integrou ao PCdoB no ano passado para garantir que o PCdoB ultrapassasse a cláusula de barreira e não despencasse no jogo institucional, tentando salvar os cargos de seus burocratas no Estado burguês. Anteriormente, o PPL apoiou publicamente o golpe contra Dilma Rousseff e, em tempos idos, ainda como MR-8 – após a ditadura -, foi uma das alas mais direitistas da esquerda, já em uma frente pelega com o PCdoB no movimento sindical e estudantil.

A situação destaca para onde se encaminha a frente ampla, defendida pelos stalinistas e pelo resto da esquerda pequeno burguesa e impulsionada pela direita “democrática”: para o fortalecimento do regime burguês e para garantir a estabilidade do golpe de Estado.

Entretanto, o apoio “sucinto” a Covas não se contradiz com o apoio público a Boulos nas eleições paulistanas. Afinal, embora Boulos apareça como adversário do PSDB, a nível nacional e de modo geral ele e seu partido, o PSOL, aliam-se cada vez mais com os tucanos, seguindo assim a mesma política da frente ampla propagada pelo… PCdoB! Isso escancara a farsa eleitoral, principalmente no segundo turno: enquanto, publicamente, fingem ser adversários, PSOL-PCdoB/PPL e todos os que apoiam Boulos, no fundo, estão no mesmo barco da burguesia em que se encontra o PSDB-Novo-Cidadania-MDB: a frente ampla supostamente “contra o fascismo”, para deixar a esquerda à reboque da direita, impossibilitar a independência do movimento operário e jogar para escanteio o PT (principalmente sua ala lulista) a fim de substituí-lo por uma esquerda como o PCdoB/PPL ou Boulos, a mesma esquerda que bajula os golpistas!

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