Com mais de 120 mil casos do coronavírus. Os Estados Unidos da América (EUA) ultrapassaram a China e são agora o líder no número de casos, com 143.000 infectados e 2.500 mortes, de um total de 723.000 casos de infecção em todo o mundo, com 34.000 mortes.
Neste contexto, em que a decadência do imperialismo se expõe para toda a população mundial, o país impõe censura a dois veículos internacionais importantes, tidos como de oposição ao regime, Sputnik e RT.
De acordo com o próprio presidente fascista dos EUA, Donald Trump, 2,2 milhões de estadunidenses podem morrer se o governo não fizer nada para evitar a propagação do coronavírus. Com seu característico tom de genocida, Trump afirmou que a morte de 100 a 200 mil pessoas por coronavírus seria um bom resultado. O chefe da casa branca disse que o pico do contágio da doença será atingido dentro de duas semanas e que a recuperação começará apenas em 1º de junho.
Para evitar que a propagação de informações sobre a debilidade total do regime, a Secretaria de Segurança Interna do Governo dos Estados Unidos emitiu comunicado na terça (2) exigindo que a população norte-americana boicote a imprensa russa em inglês.
Kirstjen Nielsen, secretária da pasta, disse:
“Encorajo a todos, se vocês estão lendo alguma coisa […] e de repente passam para a RT ou a Sputnik, que estejam cientes. Quero dizer que esses são canais de notícias patrocinados pelo governo [russo]. Não são independentes”.
O que seria uma imprensa “independente”? A imprensa burguesa dos EUA é dependente do dinheiro da burguesia, portanto, do programa político dela. Por representar interesses dos inimigos de classe dos trabalhadores, a imprensa burguesa é independente da classe operária. O mesmo vale para a imprensa operária, revolucionária, que é independente da burguesia e dependente do proletariado.
Na prática, o que a secretária está dizendo é que a imprensa russa é independente do regime político dos EUA, diferente da imprensa burguesa estadunidense, portanto, representa algum perigo.
No coração da economia mundial, o principal país imperialista do mundo, desde as eleições presidenciais de 2016, em que Trump foi eleito numa grande crise interna do, há uma campanha feroz de acusações contra o governo russo, de todos os tipos, sobre alegada interferência no pleito, a fim de socavar o regime político norte-americano.
Uma das diversas acusações recai sobre a RT e a agência Sputnik, considerados pelo imperialismo, de maneira cínica, como instrumentos de propaganda controlados pelo presidente russo, Vladimir Putin.
Há mais de um ano esses veículos têm sido censurados por diferentes meios, desde a imposição de barreiras burocráticas para o trabalho de seus jornalistas até a censura crua e fria de suas contas em redes sociais.
Os Estados Unidos são considerados uma democracia vibrante há pelo menos um século, mas fatos como este demonstram que isso não passa de pura propaganda enganosa. E, dentre os meios pelos quais essa propaganda enganosa sempre foi disseminada pelo mundo, está a própria imprensa norte-americana.