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Equador

Ao que leva a política de desmobilização: Moreno aprova pacote do FMI

Com a cumplicidade criminosa do CONAIE, governo equatoriano fecha acordo com o FMI que irá penalizar ainda mais os explorados

As grandes mobilizações que ocorrem neste momento em várias regiões das Américas tiveram seu estopim, no continente sul-americano, no Equador, que durante duas semanas vivenciou uma verdadeira insurreição popular, com centenas de milhares de populares ocupando as ruas da capital do país, Quito, provocando não só o encurralamento do governo direitista de Lenin Moreno, como obrigou o mandatário usurpador, traíra e golpista, a deixar a capital, transferindo a sede administrativa do governo para a ex-capital do país, Guayaquil.

O levante insurrecional das massas equatorianas demoliu completamente a autoridade do governo reacionário de Lenin Moreno, colocando em xeque o conjunto do regime político de caráter abertamente pró-imperialista, de violência e terror contra os explorados. Os enfrentamentos de rua contra a repressão estatal se deram de forma violenta e desigual, com a população indo para cima da força policial “armada” de paus, pedras e outros instrumentos. A repressão, por sua vez, agiu como sempre age e faz todos os exércitos a serviço da burguesia e do grande capital, com extrema brutalidade, atirando na população, onde o número de mortos – oficialmente – chegou a dez entre os populares.

Por parte dos setores dirigentes das mobilizações, particularmente da Confederação de Nacionalidades Indígenas do Equador (CONAIE), a capitulação não tardou a chegar. Diante da gigantesca pressão provocada pela radicalização das massas em luta, o governo – que teve muito próximo de ser derrubado pela força das enormes mobilizações – acenou com uma proposta de “negociação”, em uma clara manobra para esvaziar e desmobilizar o movimento insurrecional. Os “representantes” indígenas da CONAIE prontamente sentaram à mesa com o governo serviçal da casa Branca e do FMI, para juntos, quebrarem a maior mobilização popular que o Equador testemunhou em toda a sua história.

Em troca de nada, pois nem mesmo dá para falar de migalhas, as impressionantes mobilizações – que por muito pouco não colocaram abaixo o governo burguês-direitista do traidor Lenin Moreno, o que abriria uma etapa de lutas vitoriosas das masas populares em todo o continente – foram, em toda a sua extensão, quebradas, traídas. Isso não só fez com que o governo se recompusesse, como permitiu ao imperialismo e à direita manobrar para novamente ir para cima da população, com  a costumeira virulência contra os trabalhadores e a população pobre e explorada do país. Neste momento agora, Lenin Moreno, o Congresso Equatoriano e o Fundo Monetário Internacional (FMI) estão “brindando” a população com um presente de grego; um pacotaço de medidas para impor um sofrimento ainda maior à população.

“Com 83 votos a favor, o plenário da Assembleia Nacional aprovou o Projeto de Lei Orgânica de Simplificação e Progressividade Tributária”, informou o Parlamento. A sessão teve a presença de 128 dos 137 membros do Congresso, no qual o governo não tem maioria. “Felicito o compromisso dos legisladores que, sem olhar para bandeiras políticas, apoiaram nossa proposta porque beneficia as grandes maiorias”, escreveu o presidente Lenín Moreno no Twitter. “O projeto volta ao Executivo e, com diálogo e consensos, seguiremos tomando decisões para um país melhor” (UOL, 10/12).

Esse foi o desfecho (trágico, para as massas) do esforço e do heroísmo de centenas de milhares de populares que desejavam colocar abaixo o regime de fome, traição, miséria e opressão, de Lenin Moreno, da direita equatoriana e do imperialismo. A política de pequenos ganhos, de “vitórias parciais”, ao invés de se colocar claramente no terreno da luta pela derrubada do governo e do regime burguês em seu conjunto, acabou por determinar um fôlego para que a burguesia e o imperialismo encontrassem uma “solução” que nada mais significa do que a continuidade do ataque à população pobre e aos trabalhadores. No lugar do fim dos subsídios – cuja lei foi revogada pela pressão das massas populares – as burocracias dirigentes da luta social do povo definiram, de comum acordo com os opressores locais e com os representantes do imperialismo e da agiotagem internacional (FMI), um novo “ajuste”, que permitirá ao país arrecadar quase 600 milhões de dólares. Esta conta, evidentemente, recairá, mais uma vez, sobre as costas dos que foram às ruas pedir o fim do governo pró-imperialista de Lenin Moreno: A população empobrecida do país andino.

 

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