O jornal O Globo publicou um editorial na qual declara apoio à privatização dos Correios. Os trabalhadores são atacados por fazerem a greve em meio à pandemia do COVID-19. De acordo com o jornal golpista, os cidadãos estão sem o serviço de postal no momento em que mais necessitam.
Os Correios são acusados de serem operacionalmente ineficientes e cenário de corrupção praticado por parte dos partidos políticos MDB, PT e PTB. A receita anual de 18 bilhões é gasta, segundo afirmações do editorial, em manutenção de pessoal. Isso seria um indício de falta de inovação e competitividade.
Há insinuações de que os 36 sindicatos que representam os trabalhadores dos correios são corruptos, com enormes salários dos dirigentes sindicais, que apostam em uma tática de grevismo permanente. Segundo O Globo, há pelo menos uma greve por ano na empresa.
A campanha suja contra os correios vai além, e afirma que o episódio do Mensalão teve origem nos correios. O editorial faz questão de afirmar o alinhamento, real ou imaginário, dos Correios com os governos petistas. Ao finalizar o texto, é reafirmada a importância da privatização da empresa pública de postais com três séculos de existência.
Este editorial é uma demonstração da campanha suja de difamações e calúnias promovida pela burguesia contra os Correios, no sentido de justificar a privatização proposta por Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) e seu ministro da Economia, o Chicago Boy Paulo Guedes. Como é recorrente, a mídia capitalista tenta passar a imagem de que a privatização é uma questão de eficiência, que os serviços serão melhorados e que a corrupção e o corporativismo são problemas que inviabilizam a existência da empresa.
Os serviços prestados pelos Correios são reconhecidos justamente pelo preço acessível, pela qualidade dos serviços e pela eficiência. Em geral, os Correios são bem avaliados pela população nas pesquisas. Além disso, a empresa está presente na maior parte dos municípios do país, de norte a sul.
As greves são necessárias porque os ataques dos governos burgueses são frequentes aos Correios. Os trabalhadores organizam a resistência às tentativas de privatização da empresa, levadas a cabo há décadas e amplamente patrocinadas pelo imperialismo. Monopólios estrangeiros do setor têm interesse na privatização dos Correios, uma vez que isto permite que seu avanço sobre o mercado de postais do Brasil. Os Correios são um obstáculo para esse avanço.
As afirmações mentirosas do editorial do O Globo sintetizam a política dos golpistas de entregar o patrimônio nacional para os monopólios estrangeiros. Este foi e continua sendo um dos principais objetivos do golpe de Estado.