A candidata a vereadora do Partido da Causa Operária no município de Porto Seguro, Bahia, Danielly Crespi, está sendo mais uma vítima da ditadura do Tribunal Superior Eleitoral com a tentativa de tirar a candidata das eleições municipais deste ano.
O TSE tenta indeferir a candidatura que está realizando uma campanha em torno da denúncia do processo eleitoral antidemocrático, do fora Bolsonaro e da unidade da esquerda em torno do ex-presidente Lula para as eleições de 2022, além de outras pautas como a defesa da mulher, dos trabalhadores e contra a direita.
A decisão do TSE em perseguir e retirar mais uma candidatura que representa os trabalhadores não é nenhuma novidade e nem de deixar nenhuma pessoa chocada. Isso porque o TSE cumpre um papel fundamental para manter as eleições nas mãos da direita golpistas e dos patrões, sem nenhum espaço para o trabalhador.
O que no caso de Porto Seguro revelou foi a postura do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) diante da tentativa de cassação da candidatura de Danielly Crespi. Diante da decisão ditatorial do TSE contra a candidatura do PCO, o PSOL iniciou uma campanha vergonhosa para obter mais votos na cidade.
Contatos e simpatizantes do PCO iniciaram uma campanha de divulgação dos nossos materiais nas ruas e nas redes sociais porque gostaram das palavras de ordem colocadas pelo partido, como o Fora Bolsonaro, defesa de Lula contra a direita, legalização do aborto, construção de um partido revolucionários entre outras pautas. Diante da divulgação, a direção do PSOL na cidade enviava um “print” antigo do sítio do TSE que mostrava o indeferimento da candidatura de Danielly Crespi (PCO) para esses contatos e simpatizantes do PCO para dizer que não precisava fazer campanha ou votar no PCO porque a candidatura estava impedida de participar das eleições.
Ou seja, o PSOL de Porto Seguro numa campanha extremamente suja e de deixar a direita com inveja, faz uma enorme campanha da ditadura do TSE para ganhar alguns votos em vez de solidarizar com a candidata e denunciar essa ditadura contra a esquerda e candidaturas que defendem as mulheres e os trabalhadores.
Ditadura do TSE
O TSE está criando a cada eleição medidas para controlar ainda mais as eleições para impedir candidaturas que representem candidatos ou partidos ligados aos trabalhadores para evitar qualquer discussão sobre o processo eleitoral e que as eleições são um jogo de cartas marcadas.
Há diversas formas de realizar esse processo, como foi visto no impedimento da candidatura de Lula em 2018 que levou a uma fraude eleitoral maior ainda e foi responsável pela subida de Jair Bolsonaro a presidência. São medidas burocráticas ou decisões completamente arbitrárias de juízes controlados pela burguesia.
Para partidos pequenos e candidatos independentes da burguesia há uma enorme dificuldade em cumprir as exigências burocráticas do TSE. São inúmeros documentos, assinaturas, certidões e prestações de contas impossíveis de cumprir sem um grande aparato de advogados e contadores. Sendo que candidatos e partidos da esquerda independente cumprem com uma enorme dificuldade.
As eleições controladas pelo TSE demonstram uma profunda ditadura onde juízes “todo poderosos”, não eleitos, sempre ligados a direita e a burguesia, decidem que candidatos podem participar das eleições, se estão adequados e os que podem ser eleitos.
Oportunismo do PSOL
A recusa do PSOL em denunciar a ditadura do TSE e se solidarizar com a esquerda, fazendo propaganda da ditadura do TSE para tentar desmoralizar o PCO e obter alguns votos demonstra o caráter e o método político de favorecimento da direita.
O PSOL sempre serviu como um instrumento da direita para atacar a esquerda, em especial o Partido dos Trabalhadores. Muitas vezes a burguesia se utiliza de seus candidatos, que possuem um oportunismo e um vale-tudo eleitoral, para tirar votos do PT para que candidatos da direita saiam fortalecidos.
O que PSOL em Porto Seguro está fazendo demonstra um oportunismo que é visto nacionalmente no partido. Se aproveitam dos ataques da esquerda para obter vantagens em todos os ataques da direita. Vimos isso principalmente na operação golpista da Lava Jato e do juiz Sergio Moro.
Desde o início da operação Lava Jato atacando o PT e seu governo, o PSOL se colocou ao lado da direita e a favor da operação golpista no sentido “lucrar” com a tentativa de destruição do PT realizada pela direita.
Isso foi visto em outros momentos como a candidatura de Heloísa Helena em 2006, “Não vai ter copa”, e a campanha de Boulos em São Paulo. O PSOL em todos os momentos se aproveita dos ataques da direita para obter vantagens sobre a esquerda, vide a lava jato
Propagandear a ditadura do TSE para ganhar votos
Ficou evidente que a medida tomada pelo PSOL de Porto Seguro em fazer propaganda do indeferimento da candidatura da companheira Danielly Crespi é muito oportunista e coloca em xeque o que propagandeiam de uma “nova política” e contra a direita. Não denunciar a ditadura do TSE em exigências burocráticas para cassar candidaturas que não tem ligação com a burguesia e a direita é uma forma de corroborar com a direita golpista que controla o TSE.
A situação expôs o oportunismo do PSOL a tal ponto que até a presidente do partido na cidade, Caroline Lima, se pronunciou com desculpas esfarrapadas que não enganam ninguém. Se fossem contra a ditadura do TSE teriam se pronunciado contra esses ataques em vez de ficar mandando para as pessoas que iriam votar no PCO, e que divulgavam materiais da campanha, mensagens que a candidatura estava indeferida.
O jogo sujo é tamanho que, na cidade, o PSOL está sendo utilizando pela direita para tirar votos da candidata do PT e eleger um bolsonarista para a prefeitura de Porto Seguro. O candidato Chico Cancela é afagado pela direita e sua imprensa, como blogs e sites da internet com boas matérias e propagandas de suas propostas “esquerdistas” e participando de atividades organizadas pela direita. A direita conta em Porto Seguro com três candidatos bolsonaristas que possuem ampla rejeição na cidade e a estratégia é impulsionar uma candidatura da esquerda, que não possui nenhuma chance e que não represente nenhum risco aos patrões, para retirar votos do PT na cidade. E isso ocorre pelo Brasil afora.
A decisão do PSOL em fazer propaganda da ditadura do TSE demonstra que o PSOL não quer fazer nenhuma luta. A verborragia de sua direção serve apenas como demagogia eleitoral nos momentos de eleição e passando esse período sua política fica paralisada.