A guerra comercial entre EUA e China começa a respingar no Brasil. Pelo fato do presidente golpista Jair Bolsonaro se alinhar política e ideologicamente com o governo norte-americano de Trump, a Huawei no Brasil, empresa fornecedora líder global de infraestrutura e dispositivos inteligentes de tecnologia da informação e comunicação (ICT), responsável pela implantação das novas tecnologias de telecomunicação, incluindo a rede de 5G, pode ser banida do Brasil, e, como consequência, o serviço sair mais caro.
Sun Baocheng, presidente da Huawei no Brasil, em entrevista na mídia, ao ser cogitado pela possibilidade do banimento da empresa, isso, com toda certeza, deixaria a operacionalização do 5G bem mais caro, já que a empresa é a principal fornecedora da tecnologia.
Baocheng disse o seguinte: “O primeiro é que vai demorar a transformação digital do Brasil. O segundo é que vai aumentar os custos dos operadores e o terceiro é que os custos dos operadores vão ser transferidos para os consumidores. Os brasileiros vão pagar um preço mais alto pelos serviços [de 5G]. Acho que qualquer tipo de banimento contra a Huawei só vai trazer impactos negativos e nenhum ponto positivo”.
Sem a interferência da empresa no Brasil, a tecnologia pode demorar ainda muito mais tempo, possivelmente, uns 4 anos mais. O presidente da empresa no Brasil defendeu uma escolha justa entre as concorrentes. “O Brasil não deve escolher os EUA, nem escolher a China, tem de escolher o caminho de um mercado sem discriminação, livre e justo, porque isso vai beneficiar o país e o povo”, disse.
Com o aprofundamento da crise capitalista, as tensões entre o imperialismo norte-americano e a China vêm se desenvolvendo rapidamente. O fato é que os Estados Unidos e a China estão em uma constante guerra econômica, com o objetivo de dominar o mercado global. Por isso, é de total interesse que a China perca o controle da região, o que, por orientação dos EUA, já é cogitado o banimento da empresa do país.
A guerra comercial contra a China demonstra que o imperialismo não admite concorrência e procura manter o domínio sobre o mercado mundial. O fator fundamental é impedir que os chineses avancem sobre os mercados controlados pelos países imperialistas, como as áreas de internet e tecnologia.