Já faz mais de 6 anos que está em andamento a chamada Operação Lava-Jato. Comandada por uma força-tarefa formada por indivíduos manipulados diretamente por agências de espionagem norte-americana, ela se colocou como uma grande cruzada contra a corrupção do estado nacional.
De lá para cá, a Operação perseguiu e prendeu diversas pessoas, principalmente ligadas ao Partido dos Trabalhadores e a grandes empresas nacionais que se beneficiavam de sua política e que atrapalhavam os planos do imperialismo no país. No entanto, pessoas de outros partidos também foram presas e perseguidas.
Os métodos aplicados pela Lava Jato sempre foram altamente irregulares, entre eles há a condenação sem provas, a extração de “delações premiadas” por meio da tortura psicológica, da ameaça e da intimidação das testemunhas ou a cooptação de juízes para que as sentenças dadas fossem as que correspondessem às intenções políticas dos mandantes da operação.
Todas essas irregularidades eram e vêm sendo cometidas sob o falso propósito de lutar contra a corrupção. É fácil perceber, no entanto, que não se trata de nada disso. No Brasil, todos os políticos estão envolvidos em algum esquema corrupto, no entanto, os únicos que são perseguidos pela Lava Jato são os de esquerda ou os que entram em conflito com os interesses do imperialismo. O verdadeiro propósito da Operação Lava Jato era o de criar as condições para a derrubada do governo de Dilma Rousseff (PT) por meio de um golpe de estado e o da subsequente prisão do ex-presidente Lula, sem apresentar nenhuma comprovação sequer de algum crime por ele cometido.
Essa operação golpista já foi desnudada em diversas situações, sendo a mais esclarecedora a chamada Vaza-Jato, uma série de reportagens criada pelo sítio The Intercept Brasil que demonstravam conversas entre os membros da força-tarefa e que comprovavam sua estreita relação com Sérgio Moro e outros juízes que fariam o julgamento das pessoas as quais os procuradores gostariam de prender, particularmente Lula.
No entanto, apesar de abundarem provas das irregularidades da Operação, não houve da parte das instituições nenhuma reparação às vítimas da perseguição política por ela promovida. Também não será através das instituições que virá a mais do que tardia anulação da Operação Lava Jato, que já foi protagonista de uma infinidade de expedientes anti-democráticos e inconstitucionais, criando um clima cada vez mais policialesco e arbitrário no ambiente jurídico do país.
A recente saída de Deltan Dallagnol, uma de suas figuras de proa, da Lava Jato demonstra o quão desmoralizada a Operação já está. O momento agora é o de mobilizar a população e pedir, imediatamente, o fim da Lava Jato e a anulação de todos os seus processos, libertando todos os presos políticos feitos sob esse manto de luta contra a corrupção.
Acima de tudo, é preciso pedir a restituição de todos os direitos políticos de Luiz Inácio Lula da Silva, a principal vítima dessa operação golpista e comandada pelo imperialismo que, sendo a liderança política mais popular do país, não pode se candidatar a nenhum cargo e permaneceu preso por 580 dias, apesar de seu julgamento ainda não ter sido concluído e de todo ele ter sido uma farsa, tendo sua condenação se dado sem provas e passando por cima de todo o direito de defesa do ex-presidente.