No último dia 12/09 o chefe da Polícia Federal, Rogerio Galloro, admitiu em entrevista que durante os bastidores da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sofria uma intensa pressão exercida pelo ex-juiz Sérgio Moro, Raquel Dodge, atual procuradora-geral da República, e Thompsom Flores para que o ex-presidente não seja posto em liberdade.
Mesmo no dia da decisão do desembargador plantonista do TRF-4 Rogério Favretto que exigiu sua liberdade para que gozasse livremente dos seus direitos políticos. Segundo Galloro, o que ele chama de “assédios”, as pressões políticas, começaram já no dia da prisão de Lula, onde Sérgio Moro ordenou diretamente que a pressão deveria ser cumprida independente da vidas das dezenas de milhares de militantes e simpatizantes de Lula que estavam na porta do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernado do Campo.
A entrevista dada ao jornal Justificando fala dos acontecimentos mais marcantes durante a prisão de Lula, desde sua captura pela PF até momentos em que ele esteve prestes a liberdade e foi barrado pelos golpistas, além do fato de não ter visitado o funeral de alguns entes queridos. Tudo com a mão do imperialismo norte-americano, através da Lava-Jato, em conluio com o Ministério Público, a o alto aparato repressivo do Estado, como a PGR e o própria STF. Um verdadeiro Golpe de Estado para manter Lula encarcerado diante da crise do golpe. E que, por de trás de todas as arbitrariedades vistas em de 7 abril de 2018 à outubro de 2019 estava em jogo os direitos políticos de Lula e sua capacidade de mobilização da população.
A participação dos debates mostram bem que indubitavelmente a prisão era uma prisão política, para prescrever Lula das eleições e da vida política no País. Na verdade, o delegado não diz enquanto se limpa da sujeira lava-jatista na entrevista por prestar um papel sujo ao imperialismo no seu próprio País, mas o que estavam jogo na prisão de Lula era o aprofundamento do golpe de Estado. Para impedir que o golpe não parasse de avançar, rumo a desmantelar o regime político anterior, era fundamental retirar a candidatura que poderia mudar a correlação de forças para um cenário favorável aos trabalhadores. A candidatura daquele que havia sido preso pela Polícia Federal e todo conluio golpista.
Inclusive, a pressão submetida à Rogerio Galloro para fazer parte do jogo sujo da prisão de Lula, era infinitamente menor a pressão exercida a todos os ativistas democráticos, militantes de esquerda e sobre o Partido dos Trabalhadores e ao Partido da Causa Operária por defender a liberdade plena do ex-presidente Lula. E, principalmente, a enorme pressão exercida no próprio Lula que desistiu da sua própria candidatura sob esse intenso assédio da burguesia, da imprensa golpista, do judiciário e do imperialismo, que afinal foi o maestro desse cortejo de horrores.
Por isso é necessário que toda esquerda, de conjunto, faça uma unidade em torno da candidatura de Lula. Essa é a pedra de toque do golpe de Estado que culminou no governo fraudulento de Jair Bolsonaro. É preciso uma campanha geral para que a inegável candidatura de Lula esteja nas eleições em 2022 e anular todos os seus processos fraudulentos e a moribunda Lava Jato, pois é a única candidatura que mobiliza os trabalhadores e coloca em crise terminal o golpe de Estado.