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“Antibolsonarismo” não é antigolpismo, é campanha para os tucanos

Assim como em junho de 2013, proliferam nas redes sociais as adesões à campanha antibolsonarista do #EleNão / #EleNunca. Mas, afinal, em quem votariam os eleitores do nazista Jair Bolsonaro (PSL) e seu vice, o general golpista Hamilton Mourão (PRTB), senão neles? Certamente, não em algum candidato que se apresenta como esquerda. Não em Fernando Haddad (PT), nem em Guilherme Boulos (Psol), nem em Vera (PSTU). A campanha, portanto, se destina a converter os votos bolsonaristas em votos de outros candidatos da direita. A depender das diretrizes do imperialismo, os votos bolsonaristas do primeiro turno devem ser transferidos para Geraldo Alckmin (PSDB), a partir da campanha do #EleNão.

Há outros fortes indícios de que se trata de uma campanha de direita. O grupo no Facebook que originou o movimento, Mulheres Unidas contra Bolsonaro, foi fortemente alavancado pela imprensa golpista, tendo atingido 2 milhões de membros há dez dias. Aderiram à campanha alguns dos porta-vozes da direita, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a apresentadora direitista Raquel Sheherazade e até mesmo o ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton. A pauta foi devidamente amplificada pela imprensa internacional, tendo sido capa da principal revista neoliberal do mundo, a inglesa The Economist. A campanha antibolsonarista vem vestida com o manto do “antiextremismo”, em que se pede o voto em candidatos “de centro”. Nessa visão distorcida do cenário político, o PT de Haddad estaria na extrema esquerda, do mesmo modo que Bolsonaro estaria na extrema direita.

Para acrescentar um elemento de confusão a mais, os fascistas do Movimento Brasil Livre (MBL) passaram a adotar na quarta (19) a hashtag #EleNão em referência a Luiz Inácio Lula da Silva, e não a Bolsonaro.

Na linha auxiliar a esse movimento, a revista Época se juntou ao blog Cafezinho e à Carta Capital na campanha pela candidatura de Ciro Gomes (PDT) – destinada a dividir os votos da esquerda. O apoio ao pedetista seria o complemento da campanha da direita pela alavancagem de Alckmin, e ainda uma espécie de “Plano B” para os golpistas, caso o Picolé de Chuchu não seja capaz de granjear votos suficientes.

Alckmin é o candidato preferencial do imperialismo. É a ele que a imprensa e os golpistas se referem ao mencionar uma saída “de centro”, que seria capaz de conseguir apoio ainda no primeiro turno de Amoedo (Novo), Álvaro Dias (Podemos) ou Henrique Meirelles (MDB). Uma coligação prematura com os três poderia elevar Alckmin à casa dos 20% de intenções de voto, o que pode colocá-lo no segundo turno com Bolsonaro.

É evidente que o ex-governador de São Paulo nada tem de centrista. Ao contrário: Alckmin – membro da organização religiosa franquista Opus Dei – é o candidato preferencial da direita. No campo do fascismo, as ações dos tucanos no poder em muito superam a verborragia de Bolsonaro. O capitão fala em equipar a Polícia Militar para exterminar a população pobre: o PSDB de fato equipou as forças de repressão para a violência contra a população. Foi Alckmin, por exemplo, quem ordenou à PM a repressão brutal aos movimentos da esquerda pequeno-burguesa em 2013. Foi João Dória (PSDB), como prefeito de São Paulo, que mandou demolir prédios com gente dentro e desalojar moradores de rua com jatos de água gelada. Foi a PM de Beto Richa (PSDB-PR) que espancou professores num ato em Curitiba. Foi a PM de Marconi Perillo (PSDB-GO) que rachou os crânios dos estudantes em 2016. O que Bolsonaro bravateia no campo da teoria e no teatro parlamentar, Alckmin e o PSDB já praticam há anos em suas administrações.

Frente à ação fascista, mais que discursos de repúdio e hashtags, cabe a ação de autodefesa resoluta dos trabalhadores. Membros do MBL que invadem atividades de esquerda e escolas devem ser repelidos à base da força. Só assim é possível fazer o fascismo retroceder. Frente ao golpismo que visa a usar as eleições para legitimar um recrudescimento do regime ditatorial em que o Brasil entrou após o impeachment de 2016, é preciso mobilizar e organizar os trabalhadores, de modo a propiciar uma real mudança na relação de forças políticas em jogo. Nenhuma ilusão nas eleições golpistas. Nenhuma unidade com a direita. Eleição sem Lula é fraude.

 

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