O ex-ministro da educação do governo golpista de Bolsonaro, Abraham Weintraub, demitido do ministério da educação, no último dia 18 de junho, deixou o cargo, mas sem antes promover mais um ataque contra o ensino no país. Em uma de suas últimas medidas de ataque à educação, Weintraub revogou a Portaria 13, esta orientava as instituições federais de ensino superior a destinarem vagas para negros e indígenas em cursos de pós-graduação no país.
A Portaria foi instituída ainda durante o governo Dilma Rousseff, do PT, em 2016. Apesar de não impor na prática a política de cotas, o instrumento era importante para orientar e centralizar as ações das universidades e institutos federais no sentido de elaboração de um plano e na adoção da medida.
O ataque à política de cotas pelo ex-ministro golpista é apenas uma parte da política geral de todo o governo Bolsonaro de destruição dos direitos da população pobre brasileira, em particular dos negros e dos indígenas. O próprio Weintraub expôs esta política abertamente ao afirmar, durante uma reunião dos ministros golpistas, no dia 22 de abril, que “odeia o termo povo negro e povo indígena”.
Na esteia de Weintraub, o negro da casa-grande, Sérgio Camargo, atual presidente ilegítimo da Fundação Palmares também afirmou que irá atuar para pôr fim ao sistema de cotas raciais para ingresso no ensino superior brasileiro. Camargo defendeu que a Fundação não dê respaldo a nenhum sistema de cotas e que o mesmo seja revisado até 2022.
O ataque da extrema-direita golpista a uma política muito limitada como as cotas raciais demonstra como este setor e a própria direita de conjunto, são inimigos mortais do povo brasileiro, dos negros, dos indígenas, etc. Para os golpistas o povo pobre e preto, que historicamente é todos dias pisoteado pela burguesia e pelos poderosos, deve ter uma vida de escravo e não ter sequer a chance mínima ao direito elementar, negado há milhões de brasileiros ao longo dos anos, que é o direito à educação.
É preciso mobilizar o movimento negro e demais setores explorados na defesa do sistema de cotas raciais, o qual apesar de limitado, garante para uma parcela considerável o direito ao acesso à educação. É necessário ampliar e politizar esta luta, é preciso colocar abaixo todo o regime golpista que oprime, mata e acaba com os direitos do povo. Levantar a palavra de ordem de Fora Bolsonaro e todos os golpistas e também um programa democrático que garanta o acesso de toda a população ao ensino superior, ou seja, o Fim do Vestibular e o Livre Ingresso nas Universidades.