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Entrevista com Nina Tenório

“Ante uma candidatura de uma mulher de luta, a direita ataca”

Candidata do PCO à capital de Alagoas, fala ao DCO, explicando a luta para mero registro da candidatura, que tem escancarado o caráter fraudulento das eleições

Diário Causa Operária: Nina, boa tarde. Estamos acompanhando uma situação muito fora do padrão envolvendo a candidatura do Partido em Maceió. Você poderia esclarecer melhor a situação?    

Nina Tenório: Quando nosso militante foi ao cartório para protocolar a candidatura, o funcionário simplesmente se recusou a registrá-la. Ele simplesmente se negou, sequer quis inventar uma desculpa, dizendo que o juiz já tinha determinado que não ia aceitar nossa candidatura. O militante entrou em contato com o jurídico, o que levou o funcionário a um ataque histérico, atacou nosso advogado e reafirmou que não haveria candidatura do Partido em Maceió. Na sequência, ele expulsou o militante, um militante bem jovem e que foi acusado, pelo funcionário do cartório, de ser massa de manobra do Partido, que ainda disse, de maneira alterada e ditatorial, que o jovem militante não sabia em que estava se metendo. Era claramente um elemento bolsonarista.

Diário Causa Operária: E os partidos de esquerda, houve alguma reação desses partidos em relação à decisão da burocracia, contra a candidatura do Partido?

Nina Tenório: Não (risos).  Apesar de ser  uma questão que deveria mobilizar a esquerda, não por ser minha candidatura mas por ser uma coisa completamente arbitrária da  direita, de quem controla o aparato eleitoral contra  as candidaturas do partido, um partido de esquerda sendo atacado em meio ao golpe de Estado e uma série de medidas anti-democráticas que estão acontecendo nessas eleições, os partidos  de esquerda deveriam se posicionar contra isso mas não aconteceu, nem em Alagoas na perseguição a nossa candidatura e nem em outros estados, onde nossos candidatos também foram censurados  mas a esquerda preferiu evitar a polêmica.

 

Diário Causa Operária: Ainda assim, a campanha continua então?

Nina Tenório: Sim, a decisão do Partido foi de manter a candidatura e a campanha de rua. Todos os dias estamos fazendo panfletagem, colagem de cartazes, batendo nas portas das casas e indo aos locais de trabalho, levando nossos materiais que não são simplesmente eleitorais mas políticos, em defesa da nossa política, o fora Bolsonaro e a frente única dos trabalhadores por Lula para 2022.

 

Diário Causa Operária: Você tá colocado uma situação muito atípica, mesmo para os padrões brasileiros, enfrentada pela candidatura de uma mulher jovem, sob o silêncio da esquerda e no último período a situação da mulher ganhou muita relevância. Como você vê essa situação, você que também é coordenadora do Coletivo Rosa Luxemburgo?

Nina Tenório: Acho que é importante falar que, por exemplo, nas eleições, a direita gosta de fazer demagogia com a questão da mulher, falar de mais mulheres na política, porém quando a gente lança a candidatura de uma mulher, que não seja uma mulher de direita mas uma que lute por reivindicações que dizem respeito aos direitos concretos das mulheres, a direita faz coisas arbitrárias como essas, coisas absurdas, usam medidas ditatoriais para impedir que as mulheres lancem candidaturas em sua defesa. As mulheres que eles querem na política são mulheres que estarão ali para seguir a política da burguesia, que não apenas não farão nada pelas mulheres como estarão lutando ativamente contra.

Um questão importante  a ser lembrada é que essas mulheres também estão fazendo uma grande mobilização contra o direito ao aborto no Brasil, mesmo com o aborto legal, que já é extremamente limitado no País. A direita quer proibir esse que é um direito fundamental das mulheres, defendido pelo Coletivo Rosa Luxemburgo e deveria ser um dos temas centrais do movimento de mulheres, lutar pelo direito ao aborto legal em todos os casos no nosso País.

 

Diário Causa Operária: E como você tem observado o debate sobre o estupro e a luta das mulheres?

Nina Tenório: Essa questão do estupro mobilizou a ministra Damares e o próprio Bolsonaro a aumentar as penas repressivas, castração química, até pena de morte tem sido discutida e a esquerda tá caindo nessa histeria,  que só vai levar  a um encarceramento em massa da  população.

Por outro lado, a esquerda não se mobiliza para organizar de fato as mulheres em torno de problemas como a luta contra a direita, que está realizando ataques maiores contra as mulheres, inclusive, ligando esse caso da candidatura, tentamos lançar uma candidatura para lutar por reivindicações das mulheres, a esquerda se cala e sequer denuncia a arbitrariedade.

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