O Partido da causa Operária durante todo o processo eleitoral dos EUA, destacou em sua análise da política internacional, que se enganavam aqueles que apontavam que o Democrata Biden traria de volta a civilidade na política externa dos Estados Unidos. Acreditando expulsar o “ monstro direitista” colocariam no poder o grupo mais belicoso do país , o mesmo que impulsiona há décadas os conflitos no Oriente médio ao encontro dos interesses do bloco imperialista liderado pelos EUA e seus aliados Europeus.
A revista digital New Eastern Outlook, especializada em geopolítica , publicou um artigo de Salman Rafi Sheikh em 30 de novembro último ,onde expõe declarações de Biden e de componentes do seu governo apontando a direção que tomará a política internacional do governo Democrata.
O presidente eleito durante a campanha prometeu “ restabelecer a política externa dos EUA “. Isto significa retomar as ações de intervenção na Síria e Oriente Médio, abandonadas em parte pelo governo Trump. As declarações de Biden não deixam dúvidas de que será uma gestão intervencionista e militarizada como foi o governo Obama como objetivo de recuperar a influência do país na cena geopolítica mundial. Isto também fica evidenciado pelos possíveis ministros de gabinete indicados por Biden para os cargos de Secretários de Defesa e de Estado.
Para secretário de Defesa , o suposto nome é Michele Flournoy, aberta defensora da força militar para garantir os interesses Estadunidenses. Flournoy foi secretária de defesa estratégica de Bill Clinton e autora da Revisão Quadrienal de Defesa. A RDQ ( Revisão Quadrienal de Dedesa) que anunciou que os EUA não estariam mais vinculados à ONU no quesito uso de força militar . Na época declarou que “quando os interesses em jogo são vitais, … devemos fazer o que for necessário para defendê-los, incluindo, quando necessário, o uso unilateral do poder militar” , intensificando as intervenções militares nos mais diversos países.
“ A melhor maneira de garantir a longevidade de um sistema internacional baseado em regras favorável aos interesses dos EUA é não recuar para trás de dois oceanos, reduzir os padrões americanos ou aumentar o nível de tolerância ao risco. O curso adequado é estender o poder e a liderança dos EUA na Ásia, Europa e Grande Oriente Médio – regiões onde as ameaças à ordem internacional são maiores e onde novas abordagens ou aplicação mais consistente de abordagens consagradas são mais urgentes.” . Esta declaração foi feita no Relatório de sua autoria denominado “Extending American Power”.
Como secretária de Estado, a indicada seria Susan Rice, ex-embaixadora dos Estados Unidos nas Nações Unidas e Conselheira de Segurança Nacional no governo Barack Obama. Susan assim como Michele, é uma defensora do uso de força militar e uma das principais apoiadoras da Invasão do Iraque e da força na política externa.
Comemorar a vitória de Biden é mais uma ilusão sustentada pelo desconhecimento da política do partido democrata. Em prol de retirar a extrema direita do poder, a esquerda se une à direita que de civilizada não tem absolutamente nada e que intensificará os conflitos mundiais que destroem economias e vidas para garantir os interesses capitalistas do imperialismo mundial.
O lobo veste-se de cordeiro mais uma vez. Que isto sirva de exemplo para a esquerda Brasileira que insiste em formar a frente ampla com a direita “civilizada” serviçal do imperialismo e defensora do Neoliberalismo como política econômica a ser implementada no Brasil.