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Análise Política da Semana: “o namoro de Biden e Bolsonaro”

Rui Costa Pimenta abordou os principais acontecimentos políticos da semana, como a Cúpula do Clima, as relações entre Biden e Bolsonaro e a candidatura de Lula.

Neste sábado, 24 de maio, a partir das 11h30, foi ao ar mais uma edição do programa Análise Política da Semana, apresentado pelo companheiro Rui Costa Pimenta, presidente nacional do Partido da Causa Operária (PCO).

A Análise Política é o programa mais tradicional da grade de programação da Causa Operária TV (CoTV). Rui analisa os principais acontecimentos políticos da semana, nos âmbitos nacional e internacional, sob uma concepção marxista, focada na análise do desenvolvimento da luta de classes. Os espectadores interagem com Rui, fazem perguntas, enviam superchats.

O programa tem por finalidade esclarecer o sentido dos principais acontecimentos políticos, numa perspectiva de orientar a intervenção da esquerda, sindicatos, movimentos populares e da população em cada passo da luta política.

Rui Costa Pimenta abordou a questão do encontro da Cúpula do Clima. O discurso do presidente fascista Jair Bolsonaro (ex-PSL, sem partido) sobre os problemas ambientais do Brasil deixou claro que não há um antagonismo entre ele e Joe Biden. Pelo contrário, há uma espécie de namoro entre os dois, o que indica que Bolsonaro é visto como uma alternativa ou única alternativa para a garantia dos interesses imperialistas e pode ser apoiado nas eleições se não houver uma alternativa burguesa “democrática” para assumir seu lugar.

A imprensa falava sobre um ataque duro do governo americano em relação ao governo brasileiro. O tom ameno e os acordos esclareceram que não se trata disso. Joe Biden procura colocar os Estados Unidos na posição de grandes defensores do meio ambiente mundial, ainda que eles sejam, na realidade, os principais destruidores e poluidores. A Amazônia é tratada como um problema que não diz respeito aos brasileiros e aos países sul-americanos amazônicos, mas como uma questão de “todos”, isto é, do bloco composto pelos Estados Unidos e União Europeia.

A situação indica a continuidade da política golpista na América Latina. A aparência “democrática” do governo norte-americano, apresentada por Biden, é uma forma de tentar manter as classes médias de esquerda e direita atreladas ao regime democrático-burguês, dominado pelo imperialismo. A esquerda diz que Bolsonaro está isolado e não tem apoio dos americanos, o que não é uma realidade. A política imperialista não tem qualquer disposição de aceitar a volta do Partido dos Trabalhadores (PT) ao poder no Brasil, mesmo que para isso seja necessário fazer um arranjo político com Bolsonaro.

A confirmação pelo Supremo Tribunal Federal da anulação das sentenças contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi um acontecimento político significativo desta semana. A suspeição do ex-juiz Sérgio Moro não significa que ele é carta fora do baralho. As sentenças foram anuladas, mas não os processos. Estes serão redistribuídos para outros juízes das varas do Distrito Federal e São Paulo, que podem condenar Lula com base nas mesmas provas fraudulentas da Operação Lava Jato.

A candidatura do ex-presidente Lula não está garantida. O STF pode realizar outras manobras para cassar seus direitos políticos e inviabilizar sua candidatura. Nem mesmo a imprensa capitalista consegue esconder a popularidade de Lula, que aparece em primeiro colocado em todas as pesquisas de opinião e potencial de votos. Na visão de Rui, somente a mobilização popular pode garantir a candidatura do ex-presidente.

A esquerda nacional desencadeou uma onda de declarações de otimismo nas redes sociais com a medida do STF. Até mesmo se disse que o Judiciário brasileiro, pilar do golpe de Estado de 2016, da fraude eleitoral de 2018 e que referendou todas as medidas de retirada de direitos, “recuperou sua credibilidade” e “restaurou a democracia”. Para estes setores, que não têm consciência e clareza política sobre o que está acontecendo, as perseguições políticas contra Lula agora cessaram. Nada mais longe da realidade.

O programa político apresentado pelo PT foi objeto de discussão. A formulação de um determinado conjunto de ideias no papel, embora tenha sua importância, não é o fator determinante. As relações entre as classes sociais e o poder político são mais complexas. Lula é um perigo para a burguesia por sua capacidade de mobilizar a população, independentemente da burguesia e sua imprensa, o que o credencia objetivamente como uma alternativa de poder no cenário eleitoral. O caráter progressista da candidatura do ex-presidente se dá pelo fato de ser uma ameaça para o equilíbrio das forças políticas no atual momento, desestabilizando o regime oriundo do golpe de 2016.

O problema do programa é uma questão que deve ser discutida pelos setores de esquerda que apoiam a candidatura de Lula. O arco de alianças também é um problema. Setores da direita do PT procuram uma aliança com os partidos da burguesia, pois consideram isto como importante para ganhar a eleição. Acontece que os partidos burgueses não têm voto e tampouco a classe dominante está disposta a aceitar Lula.

A capacidade de desenvolver uma política de relativa independência pelos governos do PT é um perigo para a burguesia. Os governos nacionalistas-burgueses da América Latina tendem a escapar do controle. Por isso, são ameaças para o imperialismo. A mobilização das massas é o único elemento que pode impor os interesses do povo e enfrentar a dominação estrangeira e seus associados internos. A eleição será uma guerra, muito longe do paraíso esperado pela esquerda pequeno-burguesa.

Assista a Análise Política da Semana:

O namoro de Bolsonaro e Biden - Análise Política da Semana, com Rui Costa Pimenta - 24/04/21

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