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Declínio do imperialismo

Análise Internacional

Leia aqui a resenha do programa Análise Internacional, com o companheiro e presidente do PCO Rui Costa Pimenta, onde ele analisa os principais aspectos da crise do imperialismo

Ontem (13/11) ocorreu a tradicional Análise Internacional no sinal 24 horas da Causa Operária TV, com retransmissão na TV 247, que ocorre toda sexta-feira às 14h00 com o companheiro e presidente nacional do Partido da Causa Operária. O tema da semana foi a crise nas eleições nos EUA, em que Rui Costa Pimenta analisa os grandes aspectos políticos do problema das eleições norte-americana. O programa teve como título “EUA: a grande mistificação”, sendo sua parte dois. 

O tema foi escolhido porque o país determina em uma grande medida a situação internacional. Primeiramente, Rui analisa a ilusão de que Biden derrotou o fascismo.  Que é a propaganda da imprensa burguesa que Biden seria um democrático, contra o “demônio” Trump. Referendar essa concepção gera consequências graves, pois desarticula o movimento operário rumo ao socialismo; é algo de desastroso. A primeira observação feita por Rui Costa Pimenta, é que uma minoria de órgãos da imprensa de esquerda e progressista colocam que Biden é um agente imperialista e foi vice do Obama. E apenas isso, o que é uma consideração imprecisa e superficial sobre o que Biden representa.   

Um homem da guerra e do neoliberalismo 

Biden é uma das figuras mais antigas da política norte-americana e teve destaque no aparato estatal como um articulador das questões mais essenciais, uma peça chave na condução da política imperialista. Durante o governo Bush atuou na política conhecida como bipartidária, onde os dois partidos imperialistas dos EUA colaboram para impulsionar uma política neoliberal em todos os países do planeta, um exemplo claro é a destruição do Iraque, onde Joe foi um dos principais articuladores. 

Biden: o “democrata” que impulsa o fascismo 

Essa política neoliberal deu lugar a uma onda de extrema-direita, de maneira lógica; e não espontânea como se costuma pensar. O imperialismo  impulsiona a extrema-direita fascista em vários países, como o exemplo claro da Ucrânia em 2014. No governo Obama, que era uma figura de segunda linha, improvisada, um adorno, a base do partido Democrata era contra a política bipartidária de impulsionar o neoliberalismo, o que gerou uma crise sobre  Hilary Clynton. Obama, um carreirista do Partido Democrata, foi colocado no improviso e Biden como seu vice, ele pois tem controle político para colocar a política neoliberal e militar do estado imperialista norte-americano em prática. 

“Ele era o eixo, o pivô da articulação dessa política. Como no Iraque, na Síria. Foi toda articulada por ele. Ele é um homem de confiança, profundamente integrado, ao chamado complexo industrial- militar. Que a gente poderia dizer que é um bloco político, não apenas econômico. Capitalistas, banqueiros, industriais, militares e políticos. Um grande bloco que são responsáveis pelo que há de essencial na política imperialista. Ele é um homem de confiança desse bloco. Mais ele do que a Hilary. Ele coordenou toda política externa do Obama, dando continuidade a essa política do Reagan, Bush pai e os Clinton.” 

Kamala Harris: a capita do mato na Casa Branca 

Harris é um caso típico de propaganda enganosa. A vice de Biden tem a mesma política que ele. A campanha dela nas primárias foi financiada pela indústria militar, aponta Rui Costa Pimenta. Uma pessoa ligada ao complexo militar-indústria, também. 

Ela era promotora, antes de se lançar como senadora e agora como vice-presidente. Há inúmeras denúncias de arbitrariedades com pessoas pobres, era uma promotora severa e tipicamente fascista; encarceramentos em massa e corredores da morte eram seus assuntos preferidos. “Uma agente da máquina de guerra norte-americana”, diz Rui. Já no Caso Subprime, ela também foi promotora. Mas com a burguesia, ela lutou para sair ilesa e deixar impune um golpe em milhares de clientes dado pela empresa.  

Rui comenta a hipótese que Biden pode morrer, devido a velhice ou ficar incapacitado de continuar no cargo, onde ela assumiria o governo. 

Indentitarismo ou “como defender o imperialismo” 

Angela Davis, uma das principais porte vozes da política indentitária, comemora a vitória de Harris

Kamala revela todo conteúdo contrarrevolucionário da política identitária. Já que  é “negra” e “filha de imigrante”, existe muitos setores de esquerda que a defendem com unhas e dentes. A suposta “defesa” do negro e da mulher, nesses termos, apenas ilude uma parcela da população. Você faz campanha que o imperialismo não tem nada a ver com a história, e coloca o Obama que faz as mesmas atrocidades. Não deve ser confundida com a luta do negro e da mulher, é uma forma direitista, burguesa, que atrai um setor da classe média e cria esse clima de apoio a burguesia. A esquerda não deve ficar subordinada em uma política direitista e imperialista como essa. 

 

Primeiras medidas de Biden: uma política integra do imperialismo 

Ron Klain, um dos principais braços do imperialismo na África, foi escolhido para participar do governo. (Photo by MARK WILSON / GETTY IMAGES NORTH AMERICA / AFP)

Biden começou a montar o governo em meio ao impasse e já age como presidente dos EUA. Entre essas pessoas, mais da metade são sujeitos ligados a indústria militar norte-americana. “Quando falamos que ele é um homem da guerra, parece prognóstico. Mas na medida em que ele faz as coisas, fica claro que é uma realidade”, diz Rui. Em entrevista, ele foi questionado que se alguém aprovasse um projeto no congresso de saúde pública se ele vetaria. Ele tinha a oportunidade de ser malandro, sair pela tangente. E respondeu de pronto que não, mostrando que toda demagogia com a saúde era apenas… demagogia. Biden já insinuava que não era à esquerda que iria governar, mas ele. Os interesses do imperialismo irão preponderar. 

Situação da esquerda norte-americana 

A esquerda norte-americana dentro do Partido Democrata tem um cárter pseudodemocrático e conservador. Tem uma reinvindicação, atendimento médico gratuito. Consta que mais da metade do Partido Democrata foi eleito no Congresso devido a essa demagogia. A esquerda cobra de Biden que ele atue como esquerda, com as colocações bastante duras. Alexandria Ocasio-Cortez ameaçou Biden de rompimento com o governo, se ele não colocar pessoas de esquerda e progressistas dentro de postos-chaves da Casa Branca. 

 A esquerda tem consideração que Biden só se elegeu pela esquerda. A direita fala o contrário, que a atuação foi ruim por causa do apoio da esquerda. De qualquer forma, os democratas se saíram muito mal. A esquerda procura refletir de maneira moderada as reinvindicações da população, como por exemplo saúde pública, aumento de salário e diminuição de financiamento da polícia – que é inócuo. Sanders se colocou como Ministro do Trabalho, disse que aceita. É negativo um bibelô para enfeitar um governo imperialista. A esquerda do Partido Democrata pode se integrar, mas pode também romper com muita facilidade.  

“Essa situação no Partido Democrata não é nem acidental, nem relativa à maneira que foi a eleição. A eleição não poderia mudar isso. Mas apenas reflete uma situação que vem progredindo há tempos que, do ponto de vista da burguesia, é a tendência da completa decomposição do aparelho governante no país. Os políticos tradicionais do Partido Democrata foram colocados para escanteio pela direita do partido. E o Trump tem um controle total do Partido Republicano, que está sendo substituído por setores direitistas que não são tradicionais do regime. Isso acabou no Partido Republicano. E no Partido Democrata isso está avançando” 

A Ilusão popular no Partido Democrata é sua base esquerdista, pois a cúpula direitista se choca com a população. Mas as massas não encontram expressão real dentro do partido. Há uma forte polarização que vai além dos democratas. Tende a se transformar em um movimento que escapa de um controle do Partido Democrata. Pra isso é necessário um Partido de esquerda que fosse independente desse partido do imperialismo, um partido dos trabalhadores. 

Uma eleição em que o voto vai além de Trump vs Biden 

A votação vai além das duas figuras que concorreram. Trump expressa a insatisfação do eleitorado, quase 50 por cento da própria população, isso envolve uma insatisfação da classe média, dos trabalhadores e da própria burguesia que quiseram mudar as coisas com Trump, que viram que é algo difícil de fazer. A esquerda tem a ilusão de que mais da metade dos EUA seria fascista, o que é erro crasso. 

Trump enfrentou uma oposição burguesia imperialista; um fato marcante foi o Russiagate, que quase se desenvolveu em um golpe de Estado contra Trump. Contra a política de guerra, neoliberalismo e a degradação da vida social, se votou em Trump. Biden representou a “esquerda”, mas é sem apoio real, não tem popularidade, é visto como uma pessoa que eles gostariam de eliminar, responsável pela situação em que o próprio Trump aparece como um vetor de insatisfação social.  

O prognostico é que o governo vai enfrentar uma resistência muito grande, vai procurar retomar uma série de política repressiva, de guerra, neoliberal. “O cenário que se desenha é de crise”, Rui, por último, referiu-se ao suposto “pessimismo” do PCO:

“A nossa colocação não é pessimista. É otimista, a crise vai se aprofundar e a população vai intervir. O que não fazemos é alimentar uma ilusão absurda de festejar um grupo político, que tem Biden, Kamala, Bush, Clynton, que são os piores genocidas do mundo inteiro”  

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