O atual presidente do América-MG, Marcus Salum, revelou que ofereceu o time para todos os grandes investidores em clubes como o City Football Group. Essa empresa reúne capital do xeque dos Emirados Árabes Unidos, além de um grupo chinês e outro estadunidense. Alguns dos clubes de futebol controlados pela multinacional são Manchester City F.C. (Inglaterra), New York City F.C. (EUA), Guayaquil City (Equador), Montevideo City Torque (Uruguai), Sichuan Jiuniu F.C. (China), Mumbai City (Ìndia) e Club Bolivar (Bolívia).
Um dos prováveis motivos para o desinteresse do City Football Group foi a imposição por parte do clube de Belo Horizonte na manutenção do próprio escudo, nome e estádio, por exemplo. Em geral, os especuladores procuram impor esse tipo de alteração para adequar ao padrão dos times que controlam e lucrar mais com suas marcas próprias.
Essa desfiguração completa foi o que ocorreu com o Bragantino, tradicional clube do futebol paulista. Ao ser comprado pela multinacional do setor de bebidas Red Bull, o clube virou mais um no catálogo da empresa e teve suas cores, nome e distintivo alterados.
Marcus Salum foi um dos principais entusiastas no projeto de transformação do Coelho em mais um clube-empresa, porém já anunciou que não concorrerá nas próximas eleições marcadas para o próximo dia 22. No entanto, nada indica que a nova diretoria mude substancialmente os rumos do clube. Nada de polêmicas ou disputas expostas na imprensa.
Apesar das experiências negativas nos últimos anos de clubes como Criciúma, Figueirense e Bragantino, os cartolas do América-MG parecem acreditar que vão conseguir domar os investidores estrangeiros e impedir que o clube seja prejudicado. É uma abordagem ingênua e que deveria despertar a desconfiança das torcidas do Coelho, pois se tem uma coisa na qual os grandes capitalistas são especialistas é na manipulação e na imposição das suas vontades.
Até agora, algumas das condições mínimas colocadas pelo clube parecem ter afastado alguns dos tubarões do mercado dos clubes-empresa. Existe uma possibilidade real e temerosa de que futuras gestões comecem a ceder em algumas ou todas essas condições para facilitar negociações. Vale a pena sempre ter em mente os casos já ocorridos aqui no Brasil e não perder de vista que a atual etapa do capitalismo é comandada por verdadeiros parasitas econômicos, que procuram lucro rápido e sem realizar esforços. Que os torcedores acompanhem de perto e interfiram na administração dos clubes.