Nesta semana o Relatório da Organização Internacional do Trabalho(OIT) apontou um quadro de 26 milhões de desempregados na América Latina e Caribe em decorrência da pandemia. O relatório traçou um panorama trabalhista muito complexo no ano de 2021, muito agravado pela pandemia de coronavírus e pelo fracasso na celeridade da vacinação em massa, cujas incertezas diminuem as perspectivas de melhoras na contenção da crise sanitária e econômica.
Para o diretor da OIT, Vinícius Pinheiro, “a busca por uma melhor normalidade exige ações ambiciosas para se recuperar dos contratempos do mundo do trabalho”. Para atingir os objetivos de gerar emprego com qualidade, o diretor acredita que seja importante analisar as condições de trabalho pré-existentes em cada região, para se entender o impacto dos problemas sanitários no mercado de trabalho, o qual já estava em crise antes da pandemia. Vinícius Oliveira destaca ainda os impactos da informalidade, os espaços fiscais reduzidos, a desigualdade persistente, a baixa produtividade, a péssima cobertura social e o trabalho infantil como fatores que colaboram para a crise no mundo do trabalho.
Esses fatores não expõem toda a complexidade das dificuldades dos mercados de trabalho. A crise do emprego no mundo capitalista tem como principais vítimas os jovens e as mulheres. A organização concluiu que não existem boas perspectivas para a reversão da situação crítica do mercado de trabalho.
O déficit de 26 milhões de empregos é um número oficial, certamente a realidade é outra, com um total bem maior de desempregados. O regime capitalista está constantemente em crise. Os grandes capitalistas parasitas não geram empregos, apenas subemprego e exploração da mão de obra.
A tendência é aumentar a crise do desemprego no regime capitalista, cada vez mais caquético e partindo para que a grande massa de explorados arque com as dívidas para salvar os grandes banqueiros e empresários. Quem pagará a conta da decadência do regime será justamente a classe trabalhadora, sobretudo a dos países em desenvolvimento, cujos governos entreguistas colocarão em prática as cartilhas neoliberais?
Ajuste fiscal radical, privatizações do patrimônio nacional, apoio irrestrito ao grandes bancos, que continuarão desempregando e lucrando bilhões anualmente, com juros extorsivos; diminuição dos gastos em saúde, educação e programas sociais, aumentando a desigualdade social e jogando milhões de cidadãos para a fome, o desemprego e , consequentemente, para a morte, consolidando uma política da morte, cujo exemplo já estamos vendo com a não vacinação em massa das populações carentes.
Esses grandes parasitas – formados pelos banqueiros, pela indústria farmacêutica e os grandes empresários – impediram a quebra das patentes das vacinas, tirando a oportunidade para que cada país com condições de fabricá-las pudessem diminuir a mortandade do seu povo. Quanto mais a pandemia ficar descontrolada, com vacinas sendo privatizadas, além das altas taxas de mortalidade, mais altas ficarão as taxas de desempregados no mundo.
É preciso denunciar toda essa estrutura caquética do regime capitalista, expulsar os operadores do regime neoliberal e caminhar para a tomada do Estado por parte da classe trabalhadora, a fim de que todo o patrimônio dilapidado saia da administração da burguesia e seja administrado pela população. Com os bancos, indústrias e grandes meios de produção sob a administração do Estado popular, todos os serviços essenciais à vida da população serão garantidos, dando início à construção do tão sonhado e possível sistema socialista.