A revista norte-americana Foreign Policy, especializada em assuntos internacionais, publicou um texto do pesquisador Stephen M. Walt, da Universidade de Harvard, “Quem vai invadir o Brasil para salvar a Amazônia?”. O texto tem como referência uma história hipotética onde países se unem para intervir militarmente na Amazônia para protegê-la contra a destruição ambiental.
Segundo o autor o texto é para chamar a atenção frente ao aumento de 88% do desmatamento entre junho de 2018 e junho de 2019 e aumento de 278% nos alertas de áreas desmatadas entre junho e julho.
O texto traz o argumento que a Amazônia apesar de boa parte estar no Brasil, é responsável pela regulação do clima no mundo todo e, portanto, estaria justificada uma intervenção militar de países imperialistas para “proteger” essa importante riqueza global.
Em julho, o Jornal imperialista The New York Times publicou um texto com o seguinte tema “Sob o líder de extrema-direita do Brasil, as proteções amazônicas são cortadas e as florestas caem”. Esse texto também relata o avanço da destruição da Amazônia e das medidas de apoio e estímulo a esse tipo de ação realizadas pelo governo Bolsonaro, mostrando que a publicação acima não vem por acaso.
A Amazônia possui uma riqueza em recursos naturais gigantesca. Em 2017, o general Eduardo Villas Bôas, em uma de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional do Senado, afirmou que segundo os cálculos do Exército a região Amazônica possui um patrimônio de riquezas naturais da ordem de US$ 23 trilhões. São madeiras, terras, minerais, medicamentos entre muitos outros recursos que estão na mira dos países imperialistas e seus grandes monopólios internacional e não a suposta defesa do meio ambiente.
Os ataques de Bolsonaro para acabar com as terras indígenas, desmatamento para favorecer a grilagem de terras pelos latifundiários, escassez dos recursos devido a atividade das mineradoras estão sendo motivo para que os países imperialistas justifiquem uma intervenção militar na Amazônia.
O imperialismo não está interessado na defesa do meio ambiente e na justificativa de tomar posse desse grande e rico território para que suas empresas fiquem livres para explorar suas riquezas em detrimento da população brasileira. Um bom exemplo dessa política foi a intervenção no Iraque, onde sobre a justificativa de lutar contra uma ditadura de Saddam Hussein e suas armas biológicas, destruíram o país e colocaram a população em miséria para que as grandes corporações petroleiras norte-americanas explorassem a principal riqueza do país: o petróleo.
Qualquer tipo de intervenção ou de internacionalização da Amazônia é um ataque a soberania do Brasil e desse enorme e rico patrimônio do povo brasileiro. Seria um roubo sem tamanho e um ataque ao desenvolvimento do país que deve ser repudiado pelos trabalhadores.