Estão previstos para este ano leilões de outorgas para exploração de mineração e concessão de logística e infraestrutura na Amazônia. A proposta do governo federal prevê o ato como parte integrante do Programa de Parcerias e Investimentos (PPI).
Segundo o dirigente do Movimento pela Soberania Popular na Mineração (MAM), Márcio Zonta, a iniciativa do governo de Jair Bolsonaro (sem partido) revela que a Amazônia está no centro do sistema financeiro internacional. São oito projetos na agenda de 2020, divididos em várias áreas da região Norte com uma gama de minerais a serem explorados.
“Eles visam ainda mais a espoliação amazônica. Se a gente for entender o papel da Amazônia no mundo e entender quais minerais são tirados, atualmente, dessa região, nós teríamos duas premissas: a primeira é de que a Amazônia brasileira hoje regula o sistema financeiro internacional para o montante de ouro, sobretudo ilegal, e os outros minerais que saem dessa região, como o cobre e o ferro”, resume.
O dirigente ressalta ainda que no que diz respeito ao cobre e ao ferro, a matéria-prima dá origem a toda a gama tecnológica que compõe desde a indústria bélica, passando pela automobilística, a indústria da comunicação, internet, tecnologia 5G e também a “indústria do supérfluo”.
“Esses últimos são aquelas coisas que não têm função social, mas que levam muitos minerais: softwares, celulares, enfim, a Amazônia corresponde a um processo regularizador de matérias-primas para a acumulação primitiva do capital e para acumulação por meio da produção desses produtos”, acrescenta.
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