Os últimos acontecimentos evidenciam a aceleração da crise no momento em que o Brasil supera, em números oficiais, um milhão de pessoas infectadas e mais de 50 mil mortos e em que as previsões apontam para uma queda de até 10% do Produto Interno Bruto (PIB), o que diante da política dos governos da direita de “socorrer” os bancos e os grandes capitalistas, significa dezenas de milhões de novos desempregados e famintos, alem de muitos outras dezenas de milhares de mortos.
Ficou evidente em episódios recentes, como as prisões e ações judiciais contra setores bolsonaristas, que setores da burguesia golpista resolveram – diante da crise – aumentar a pressão em torno do governo, com o claro receio de que a crescente revolta popular contra o governo do presidente ilegítimo nas ruas, que fez a direita murchar, coloque em ebulição um movimento ainda mais amplo que possa levar à derrubada de Bolsonaro, coisa que a direita não quer.
A direita golpista fora do governo Bolsonaro, discursa, expede ordens de prisão, faz campanha para demitir ministros etc. para intensificar a política levada adiante, sem sucesso, desde o começo do governo atual que ela ajudou a eleger: “controlar Bolsonaro” e manter , junto com este, a política de expropriação dos trabalhadores, como se vê na recente aprovação na Câmara dos Deputados da MP 729, proposta por Bolsonaro e “aperfeiçoada” pelos deputados do “centrão”, estabelecendo – entre outras coisas – que os trabalhadores demitidos podem ter que esperar até 2021 para receberem suas indenizações trabalhistas, mesmo que haja ordem judicial de pagamento.
Infelizmente, como apregoam certos setores da esquerda burguesa e pequeno burguesa não há ainda nada a comemorar, o governo e os golpistas estão em crise, há atritos etc. mas não foram derrotados em nenhuma questão fundamental e mantém sua relativa unidade em torno da sustentação do governo Bolsonaro e do roubo dos trabalhadores.
Por isso tudo, é preciso tirar proveito da divisão da direita, da perda de apoio crescente do próprio governo (que nem de longe tem os 30% que tinha no momento das eleições e que a imprensa burguesa alardeia para dar a impressão de que é impossível derrubar Bolsonaro) e fazer crescer a mobilização que vem se desenvolvendo – ainda embrionariamente – em todo o País, com a importante adesão de setores combativos e revolucionários que, como o PCO e os Comitês de Luta, adotam uma política classista e revolucionária como resultado do seu programa e da sua experiência diante do golpe, e setores populares, como as torcidas de futebol, conselhos e movimentos de bairro etc., que agrupam jovens e trabalhadores, diante da paralisia das tradicionais organizações de luta dos explorados, como os sindicatos, organizações estudantis etc. provocada pela política capituladora da maioria de suas direções em “quarentena”.
Por tudo isso , no próximo domingo, dia 21, vamos voltar às principais Ruas, Avenidas e Praças de todo o País (e até em algumas cidades do exterior onde estão convocadas atividades) para gritar “Fora Bolsonaro”, fora todos os golpistas, genocidas e inimigos do povo trabalhador e da juventude.