O Dólar estadunidense bate nova máxima em menos de um mês, chegando a 4,1955 no meio do pregão desta quarta-feira (25/9), em relação ao Real.
A alta foi atribuída à abertura do processo de impeachment de Donald Trump. No Brasil, a burguesia e sua imprensa aproveita oportunidades como essa para culpar a “lentidão” da pauta da reforma da previdência e outras pautas.
É preciso compreender que a Bolsa de Valores brasileira experimenta uma tendência de alta completamente artificial. O índice IBOVESPA, que foi abaixo de 40 mil pontos nas vésperas do impeachment de Dilma Rousseff, já ultrapassou os 100 mil pontos. Isso significa que, enquanto o crescimento econômico brasileiro ficou perto de zero, o preço médio das ações subiu em 150%.
Os grandes capitalistas conseguem manipular os preços das ações. Enquanto estão vendendo grandes lotes, fazem pequenas compras entre si a preços mais caros. Além disso, promovem uma forte publicidade para que o pequeno investidor se sinta atraído a comprar. Assim, eles conseguem manter uma retirada gradativa dos seus ativos a um preço alto, enquanto compram dólares a um preço relativamente baixo. O Banco Central – que é um clube de bancos privados – também colabora, vendendo dólares, para manter o preço artificialmente baixo. Quando termina o processo, acaba a demanda por ações caras e o preço despenca, mas os capitalistas estão tranquilos com seus ativos em dólares, cujo preço sobe. E o governo se encontra com poucas reservas, pois as vendeu.
Este é um processo típico da atual fase do capitalismo, que se torna cada vez mais frequente. A burguesia não consegue mais desenvolver a economia nos lugares onde ela passa. Se transformou numa classe inteiramente improdutiva e parasitária. Uma classe dispensável para o progresso social. Esta compreensão é fundamental para que a classe trabalhadora desbanque as burguesias, onde quer que elas se encontrem, e tome para si o controle dos meios de produção.